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Inpa e CMA firmam protocolo de intenções para pesquisas na área de fronteira da Amazônia
Crédito: Cimone Barros/ Ascom Inpa
O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o professor Henrique Pereira, e o comandante do Comando Militar da Amazônia (CMA), o general Costa Neves, assinaram um protocolo de intenções para apoiar pesquisas em áreas subamostradas da Amazônia, como as regiões de fronteira do Alto Rio Negro. O objetivo é reduzir as lacunas do conhecimento da biodiversidade amazônica, com projetos iniciais na área de coletas botânicas.
A assinatura do documento aconteceu na segunda-feira (29), no Inpa. O instrumento tem validade de cinco anos, podendo ser prorrogado. Nele, as instituições formalizam o interesse mútuo de empenhar esforços para o desenvolvimento de iniciativas de intercâmbio e cooperação acadêmica na área de ensino, pesquisa e extensão. Os próximos passos são acordos específicos com seus respectivos planos de trabalho.
O CMA conta com estrutura logística e alta capilaridade na Amazônia Ocidental. Atua em cerca de 25% do território nacional, tem cerca de 20 mil homens e mulheres, 23 Pelotões Especiais de Fronteiras, além de outras unidades. Em 2023, o CMA fez apreensões avaliadas em 780 milhões de reais. O apoio às pesquisas do Inpa por parte do Exército, que muitas vezes é a maior presença do Estado brasileiro nessas regiões, entrará no compartilhamento de estruturas e logísticas, entre as quais “dar caronas” para os cientistas chegarem às áreas de coleta.
“Vamos fazer algo diferente. Vamos buscar interagir e cooperar com as organizações militares, em especial com os pelotões de fronteira e envolver as populações locais, formadas por diferentes etnias indígenas. Então, indígenas e pessoal do Exército vão somar seus esforços ao Inpa na produção do conhecimento científico sobre a região. E, como reafirmado pelo general Costa Neves, o conhecimento científico também deve estar na base da soberania brasileira nessa parte do Brasil”, destacou Pereira.
De acordo com o general Costa Neves, é um orgulho estar junto do Inpa, apoiar o desenvolvimento da ciência e tecnologia e poder crescer como nação. “Sem dúvidas, temos grandes oportunidades de nos complementar e fazer com que todos sejam beneficiados, principalmente o povo da Amazônia, a ciência e tecnologia, os avanços que temos de implementar na região. O CMA está muito satisfeito com essa possibilidade, e tenho convicção de que bons projetos sairão dessa colaboração”, ressaltou.
Além de participar de uma apresentação institucional no prédio da Diretoria do Inpa, a delegação do CMA fez uma visita ao Bosque da Ciência, passando pela área do peixe-boi, ariranha e Casa da Ciência. Mais de 20 militares conheceram parte das instalações do Instituto, um dos mais importantes centros de pesquisas da Amazônia. Nos últimos anos, o Inpa recebe a visita de alunos-oficiais do Curso Superior de Defesa da Escola Superior de Guerra (ESG), quando realizam a viagem de estudos à região.
Por parte do Inpa, participaram da reunião o líder do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), Alberto Vicentini, designado gestor do protocolo de intenções; o chefe de Gabinete, Jorge Porto; a coordenadora-geral de Pesquisa, Capacitação e Extensão, Sônia Alfaia; o curador do Herbário, Mike Hopkins, e a coordenadora substituta do foco em Sociedade, Ambiente e Saúde, Francisca Souza.
Saiba Mais
A relação do Inpa com o CMA é antiga e profícua. A reaproximação foi estimulada pelo Instituto Meira Mattos (IMM), da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Iceme), sediado no Rio de Janeiro, que atua na pós-graduação e demonstrou interesse numa aproximação institucional com o Inpa. O foco imediato era a submissão de proposta para a Iniciativa Amazônia +10, chamada que vai financiar Expedições Científicas para áreas pouco conhecidas da Floresta Amazônica.