Notícias
Espécie nova do peixe dourado homenageia pesquisador do Inpa
Foto: divulgação
Artigo publicado na revista científica Zootaxa, da Nova Zelândia, descreve uma nova espécie do peixe-dourado (gênero Salminus). A espécie encontrada na bacia do Rio Tocantins foi nomeada de Salminus santosi em homenagem ao ictiólogo Geraldo Mendes dos Santos, pesquisador aposentado do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI).
O reconhecimento a Mendes pelas contribuições com estudos dos peixes amazônicos ganhou até poema de Celdo Braga, compositor e poeta amazonense. Veja abaixo o poema.
A descoberta da nova espécie foi feita pelo ictiólogo Flávio Lima, pesquisador do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ao fazer uma revisão taxonômica do gênero e que aumentou para seis os números de espécies, sendo a S. santosi a única que ocorre na bacia do rio Tocantins. O artigo publicado por Lima traz descrições, ilustrações e uma chave para identificação das espécies.
Flávio Lima decidiu homenagear o pesquisador do Inpa dada a “sua grande contribuição ao conhecimento dos peixes da Amazônia brasileira, e particularmente da bacia do rio Tocantins”. Mendes é biólogo e filósofo e atuou por muitos anos na Coordenação de Biodiversidade e no Curso de Pós-Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior (Badpi) do Inpa.
“Dourado é um dos peixes mais emblemáticos da América do Sul, tanto pela beleza, como pelo porte e pela histórica importância na pesca esportiva. Este grupo vem sendo estudado há séculos e já foi objeto de análise por parte dos mais eminentes ictiólogos”, explica Mendes, um dos autores do Glossário Ilustrado: Meio Ambiente Aquático e Áreas Inundáveis da Amazônia, com ênfase em peixes, disponível para download no Repositório do Inpa.
Segundo Mendes, Dourorado (gênero Salminus) é um grupo relativamente pequeno, abrigando apenas seis espécies nominais, fortemente vinculadas às águas cristalinas da periferia das principais bacias hidrográficas sul-americanas.
Homenagem
“Confesso minha alegria pela homenagem, mas também pelo fato de haver visto e coletado, nas águas cristalinas de afluentes do Rio Tocantins, alguns dos exemplares que serviram de referência para a descrição da espécie. Evidentemente, desejo que os ‘tipos’ sejam preservados e que a espécie continue existindo por muito tempo naquele recanto maravilhoso do Brasil, mas que vem enfrentando impactos severos, especialmente por parte de hidrelétricas, agropecuária, urbanização, agroindústria e mineração”, declara Mendes.