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Conferência livre da Amazônia destaca política de CT&I diferenciada para a região
De forma democrática e participativa, a Conferência Livre de Ciência, Tecnologia e Inovação “Amazônia para um futuro sustentável e inclusivo” chamou a atenção para uma política diferenciada de CT&I e que respeite as assimetrias regionais. O evento aconteceu na quinta sexta-feira (4 e 5), em Manaus (AM) e Belém (PA).
A Conferência foi organizada pela Subsecretaria de Ciência e Tecnologia para a Amazônia (SCTA/MCTI), em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) e outras instituições parceiras. O evento híbrido teve mais de 500 inscritos, distribuídos no formato presencial, 23 hubs (pontos de participação) em comunidades e instituições da região, além de participação on-line.Esta Conferência é uma das etapas preparatórias da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCTI), de 04 a 06 de junho, em Brasília, quando serão definidos os rumos da política científica do país. A última parte da Conferência Livre para Amazônia será nesta sexta (12), de forma remota, para a sistematização das propostas. As transmissões acontecem pelo canal no YouTube/@Andifes
No evento, foram discutidos os quatro eixos da 5 CNCTI: sistema de CT&I, reindustrialização, programas e projetos estratégicos e o desenvolvimento social, todos com a atenção voltada a Amazônia, enquanto bioma - o mais biodiverso do mundo, bacia hidrográfica e território. A Amazônia Legal representa quase 60% do território nacional, onde habitam cerca de 30 milhões de pessoas e onde vivem mais da metade da população indígena do Brasil.
“Estamos discutindo os quatro eixos da 5 CNCTI, com a visão amazônica para um futuro justo, sustentável e inclusivo. A Amazônia é muito importante para o Brasil e para o mundo, e o País precisa ter uma política de CT&I com um olhar específico e diferenciado para a região amazônica, respeitando as assimetrias regionais”, disse a subsecretária de Ciência e Tecnologia para a Amazônia, Tanara Lauschner.
Uma das discussões focou na “Recuperação, expansão e consolidação do Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação na Amazônia”. O diretor do Inpa apresentou um estudo produzido pela equipe da iniciativa Rede Rhisa, que mostra a densidade e localização das estruturas de CT&I na Amazônia.“A boa notícia é que já somos 405 estruturas. Ainda somos uma rede de CT&I pouco adensada e reproduzimos os padrões de concentração geográfica, já que a ampla maioria dessas estruturas está localizada nas capitais, em particular Belém e Manaus”, destacou o diretor do Inpa, o professor Henrique Pereira.
As estruturas de CT&I estão distribuídas em Instituições de Ensino Superior - IES, Institutos Federais - IFs, centros de pesquisa e ambientes de inovação. Manaus concentra 36 delas e Belém 34.
Nas discussões, foi quase uma unanimidade entre os participantes envolver estratégias para interiorização dessas estruturas do sistema de tecnologia e seu adensamento, incluídas as pessoas. “Eu mesmo propus virarmos a chave, e em vez de falarmos de fixação, falarmos da mobilização de recursos humanos para CT&I na Amazônia, que implica investimento em programas e projetos que promovam a mobilidade”.
O evento discutiu também a interiorização dos ambientes de inovação, com a inovação e o empreendedorismo começando no Ensino Tecnológico, oportunizando aos jovens profissionais capacitados de alto nível também permanecerem na região, inovando e produzindo CT&I nas suas comunidades e cidades de origem.
Mesmo quem não participou dos debates da Conferência pode fazer suas contribuições. A organização produziu um Texto Base e um Formulário de Contribuições para as deliberações da Conferência, que está aberto para coletar respostas dos interessados.