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Verificação de Medidores de Umidade de Grãos mais rápida e mais barata
Uma forma mais ágil, confiável e econômica de realizar a verificação inicial de Medidores de Umidade de Grãos – instrumentos de uso intensivo no agronegócio – está sendo desenvolvida em parceria entre o Inmetro e o Instituto de Pesos e Medidas de São Paulo (Ipem/SP). Em poucos meses, os resultados serão discutidos com os fabricantes, para que a nova metodologia possa ser incluída no regulamento técnico metrológico e utilizada como alternativa no processo de verificação dos equipamentos.
O teor de umidade é a propriedade mais crítica dos grãos, pois tem relação direta com a precificação: nas transações comerciais, paga-se pela massa seca. Para trazer mais confiança a quem compra e a quem vende, o Inmetro exige que os medidores de umidade passem por verificação inicial antes de serem comercializados, estabelecendo métodos de comparação de resultados e os erros máximos admissíveis para que os equipamentos recebam o selo e o lacre do Instituto.
Para superar dificuldades que estavam sendo encontradas no processo, como morosidade, elevado índice de reprovação e retrabalho, o pesquisador do Laboratório de Macromoléculas do Inmetro, Marcos Paulo Vicentim, e os metrologistas do Ipem/SP, Fábio Nakashima e Nelson Gonçalves Filho, desenvolveram os denominados Grãos-Padrão.
São grãos – milho, arroz ou soja, por exemplo – que têm teor de umidade devidamente caracterizado e estabilidade determinada por métodos aceitos internacionalmente e que podem ser utilizados como padrão de referência nas verificações iniciais dos Medidores de Umidade de Grãos, fazendo com o que processo seja concluído em apenas cinco minutos.
“Os Grãos-Padrão passam por estudo de homogeneidade e estabilidade, para verificarmos por quanto tempo é possível garantir que suas propriedades sejam mantidas. Varia de acordo com o tipo, mas um mês é um tempo ótimo para todos os grãos”, explicou Vicentim. Isso significa que, após ser caracterizado pelo método de referência adequado, um mesmo grão pode ser usado durante 30 dias, desde que mantidas as condições que garantam sua estabilidade.
Os resultados, até agora, são inquestionáveis. Além da redução do tempo gasto para a verificação, que leva quatro dias no procedimento tradicional, houve diminuição do índice de reprovações de 29% para 19%, sem perder a confiabilidade metrológica.
Para o desenvolvimento dos novos procedimentos, houve discussão e apoio de fabricantes de medidores de umidade de grãos. Agora, o método será testado em equipamentos de outros fornecedores, para ver se o comportamento se mantém. “Assim que forem concluídos os estudos com outros instrumentos, iremos propor uma alteração na regulação, para que a nova metodologia possa ser utilizada na prática”, afirmou o diretor de Metrologia Legal, Marcos Trevisan.
O trabalho já foi apresentado em um congresso latino-americano e artigos serão submetidos a periódicos científicos internacionais.