Notícias
Notícias
Selo e qualidade
“Você sabia que ao comprar uma simples goiabada pode ajudar crianças excepcionais, ou que ao adquirir um caderno pode contribuir para o reflorestamento da Mata Atlântica? Não? Parece estranho? Então passe a reparar melhor na prateleira do supermercado. Uma das boas novidades dos últimos tempos é que algumas empresas buscam fortalecer sua marca chamando atenção para a ação social que desenvolvem. Os selos informam que parte da venda do produto é revertida para atividades de caráter solidário. Esses não são os únicos selos que acompanham os produtos. Há também os que atestam a qualidade do produto, como por exemplo, o da Abic - Associação Brasileira da Indústria Cafeicultora encontrados em cafés. Certos cremes dentais contam com um selo de recomendação da Sociedade Brasileira de Odontologia. Estes atestam a procedência e informam que o produto é bem conceituado dentro da categoria a que pertencem. Mas, esses são selos voluntários. Sem dúvida, o selo mais forte é o do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) que comprova a segurança do produto. A presença do selo do Inmetro é a prova de que o produto passou por testes no Instituto e não oferece risco à saúde do consumidor. Por enquanto, ele ainda não está presente em alimentos, mas há uma portaria que implanta a verificação dos produtos da cesta básica pelo órgão, dentro de 180 dias. A determinação é do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento.No Nordeste, o Instituto da Normalização na Segurança, Saúde, Qualidade, Produtividade, Avalia-ções em Juízo Arbitral (Inor), o Instituto de Certificação Qualidade Brasil (ICQ) e o Bureau Colombo Acta, terão esta atribuição de realizar os testes.
E Mais
Na Paraíba, o Instituto de Pesos e Medidos (Ipem) é o órgão delegado do Inmetro e responsável por fiscalizar a presença do selo em itens comercializados. A coordenadora adjunta do controle de qualidade do Ipem, Joseane de Fátima Sousa, explica que os selos se dividem em duas categorias. Há o selo compulsório, nos produtos que obrigatoriamente, por lei, precisam passar nos testes do Inmetro para serem vendidos, a exemplo de camisinha, extintor de incêndio, fósforo, e etc. A certificação compulsória é a dos produtos que podem oferecer riscos à saúde do indivíduo, ou a segurança do meio ambiente, como pneus, mamadeiras, gás, capacetes, fios, brinquedos e vários outros, explicita a coordenadora.A outra certificação é a voluntária. É quando não há obrigatoriedade de ter a fiscalização do Inmetro, mas o fabricante faz questão que o produto seja testado. Então ele passa por testes do Inmetro e se for aprovado passa a ter direito de utilizar a marca, explica Joseane. Ela diz que muitos fabricantes procuram o Ipem para saberem como realizar os testes e conseguirem a certificação, inclusive aqueles que não tem obrigação de usar este tipo de selo. Ela conta que já houve casos de apreensão por uso indevido da marca, em produtos que continham selos falsificados do Inmetro, mas é o número pequeno de infrações. A maioria é de produtos de certificação compulsória que estão sem o selo do Inmetro. Este ano, foram visitados 989 estabelecimentos comerciais e fábricas, e autuados 400. Dos oito mil produtos apreendidos, a maioria foi de brinquedos, cerca de 150 tipos. O restante era de fios, cabos, embalagens plásticas para álcool e mamadeiras. Neste caso, o fabricante e o proprietário do estabelecimento comercial recebem multas variando entre R$ 100 e R$ 1 mil e 500. Joseane diz que através de pesquisa já foi comprovado que o consumidor de fato acredita no selo do Inmetro. No entanto, admite que nem todos entendem como funcionam e telefonam pedindo informações. É justamente nos brinquedos que o selo do Inmetro começa a se popularizar.
Consumidores desconhecem
Se na última década, a adoção dos selos vem sendo uma estratégia de competitividade adotada pelas empresas, ainda falta percepção aos consumidores para perceberem este item na hora da compra. O presidente da Associação de Supermercados da Paraíba (ASPB), José Bernardino da Silva, informa que apenas uma parcela muito pequena dos consumidores é informada sobre os selos. A influência dos selos na escolha do produto ainda é pequena. Podemos dizer que somente uma pequena parcela mais esclarecida é atenta sobre isso. Mas isso pode mudar. Hoje a maioria já observa a qualidade da embalagem e a data de validade, coisa que não faziam antes, conta Bernardino. Ele diz que além do selo do Inmetro, os selos como o da Abic, e outro selo presente nas massas de macarrão, realmente, são indicações de boa qualidade. Para ele, é um bom indício para o consumidor, o fato de a empresa procurar se aliar a uma logomarca de confiança. Mas é preciso ter certeza de que aquela marca ou instituição é idônea. Já aconteceram casos de selos falsificados. Em todo local tem gente querendo levar vantagem. Às vezes, o produto não tem referência e eles criam um selo para chamar a atenção do consumidor. Acontecem falhas, mas a maioria das que utilizam são sérias, até porque envolver-se com isso vai ser uma campanha muito pior, disse Bernardino. Para evitar dúvidas, a principal arma do consumidor é a vigilância e Bernardino lembra que ele deve exigir a especificação completa da composição do produto conforme determina a lei. De acordo com o empresário, o Brasil caminha para adotar medidas cada vez mais seguras em relação aos produtos alimentícios, principalmente. No momento, cabe a Associação Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) este papel, aliado ao Ministério da Agricultura e o da Saúde, mas em breve, ele acredita que será adotado um sistema específico para o serviço. É bom lembrar que o selo de inspeção dos Ministérios é o mais importante, e sem ele, o produto é considerado ilegal. Ele lembra que Quando se trata dos selos de contribuição social, Bernardino lamenta que a população ainda não tenha despertado para isto. As estatísticas mostram que a conscientização