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Selo é o diferencial
Selo traz diferencial à concorrência
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Atualmente, existe uma infinidade de selos oferecidos a empresas por institutos e associações. Eles podem atestar praticamente qualquer coisa: café puro, brinquedo seguro, alimento saudável, preservação da natureza, combate à mão-de-obra infantil.Não só para as grandes empresas mas também para as micro e pequenas, conquistar uma distinção dessas é um grande negócio, defende Daniel Dedonis, coordenador do programa Empresa Amiga da Criança, da Fundação Abrinq. Para quem não tem condições de fazer campanhas publicitárias, os selos são uma boa alternativa, recomenda. A mecânica das certificações -especialmente as sociais- beneficia todas as partes envolvidas, avalia Regina Esteves, superintendente nacional do Alfabetização Solidária. O programa fornece o selo Empresa Solidária aos empreendedores que financiarem atividades de educação básica em pelo menos um município brasileiro. Para tanto, o gasto mínimo é de R$ 4.250 mensais. Mas duas empresas pequenas podem se unir para dividir esse custo.Consumo conscientePesquisa do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente mostra que 20% dos brasileiros prestigiam empresas socialmente responsáveis na hora das compras.O número é considerado animador pelo instituto, principalmente porque 66% dos entrevistados responderam que não são, mas gostariam de ser, consumidores conscientes.O estudo foi realizado no final de 2002 com 750 moradores de nove regiões metropolitanas do país, além de Goiânia e Brasília.Em poucos anos, as empresas que não tiverem preocupação social vão estar fora do jogo, opina Celso Luchiari, diretor da Transportadora Americana, que possui o selo Empresa Amiga da Criança.Segundo ele, o título -mantido desde 1998- também ajuda a estreitar o relacionamento com os clientes que têm ou desejam ter alguma atuação na área social.Carlos Eduardo Reinhardt, diretor de compromisso social da empresa Microsiga, acrescenta que as atividades assistenciais animam os funcionários e melhoram o clima dentro da empresa.A Microsiga adotou os municípios de Águas Belas (PE) e Lagoa de São Francisco (PI) pelo programa Alfabetização Solidária.(RENATO ESSENFELDER)
Qualidade tem normas próprias por segmento
Diferentemente dos selos de responsabilidade social, obtidos em entidades filantrópicas, os certificados de qualidade comprovada são concedidos por associações de classe ou de determinados setores econômicos.Entre os mais populares, estão os da Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic), do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), do Instituto de Qualidade do Brinquedo, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e outros.Cada entidade tem normas próprias para a concessão de certificados, mas, em geral, basta que uma auditoria periódica aprove o produto testado. Esse tipo de selo também costuma sair mais barato para o investidor, embora não reverta ganhos à sociedade.Mesmo depois de conseguir a tarja, não dá para relaxar. Se a qualidade do produto decair ou se queixas forem registradas por consumidores, a certificação pode ser cassada na mesma hora.
Serviços usam certidão social
Não só a indústria e o comércio mas as empresas do setor de serviços também podem reivindicar o reconhecimento de associações do terceiro setor.Começamos em 1997 com iniciativas próprias de alfabetização na favela Heliópolis [zona sul de São Paulo, conta a vice-reitora de extensão e relações internacionais da Universidade São Marcos, Luciane Miranda de Paula. A instituição hoje é reconhecida com o selo Empresa Solidária, do programa Universidade Solidária.Isso traz um ganho profissional para o aluno e de imagem para a universidade, cita a vice-reitora. Para obter o diploma de graduação lá, os alunos devem cumprir 30 horas de atividades sociais.O diretor da Pueri Domus (associação de 140 escolas privadas), Tirone Chahad, diz que não conquista novos clientes só por causa do trabalho em parceria com a Fundação Abrinq, mas as medidas trazem ganho institucional.Segundo ele, a partir de 2004 a associação só irá contratar fornecedores socialmente comprometidos. Pobreza não é bom negócio para ninguém, conclui.