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Inmetro em Foco
Revista Falando em Qualidade Gestão, Processo e Meio Ambiente2/3/2005 Veja esta matéria
Jornada: “Temos recebido investimentos significativos do governo, que paga pelo nosso trabalho, investe no nosso tempo de trabalho e nós temos obrigação de retribuir.” |
Professor titular do Instituto de física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; doutor em física pela UFRGS, com pós-doutorado no NIST-EUA, o novo presidente do Inmetro, João Alziro Herz da Jornada, é pesquisador nas áreas de física da matéria condensada e ciência dos materiais, além de pesquisador 1A do CNPq.
Ele recebeu o prêmio FAPERGS de pesquisador destaque na área de física e astronomia, em 1998. Também foi outorgado com a Ordem Nacional do Mérito Científico, na classe comendador; com a Ordem do Mérito Aeronáutico, no grau de comendador, e é membro titular da Academia Brasileira de Ciências. Aos 55 anos de idade, trabalha há quase cinco anos no Inmetro, aonde vinha exercendo o cargo de diretor de metrologia científica e industrial. “O que pretendo fazer nesta nova missão é dar continuidade ao trabalho de equipe que vimos desenvolvendo aqui no Inmetro”, explica, dando ênfase ao fato de que credibilidade é a palavra-chave para o trabalho que vem sendo desenvolvido pela organização junto aos cidadãos. Segundo Jornada, “este é um momento importante para o Inmetro. Levando-se em conta que a economia do País está crescendo, que o desenvolvimento industrial está acelerando, temos um papel de destaque a cumprir junto ao cidadão, que tem demonstrado confiança no trabalho que o Inmetro tem desenvolvido. Posso afirmar, também, que o Inmetro está fortemente engajado na política industrial adotada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, através do trabalho do ministro Furlan e sua equipe”. Nesta entrevista à revista BANAS QUALIDADE, ele fala mais um pouco dos seus planos para a ampliação das atividades do Inmetro.
BANAS QUALIDADE - Quais são os seus planos para o Inmetro?
João Alziro Herz da Jornada - Meus planos para o Inmetro são muito abrangentes. Nós temos pela frente um enorme desafio de desenvolver, modernizar, crescer, capacitar pessoal, enfim, tornar o Inmetro um grande centro alavancador do desenvolvimento brasileiro, através da tecnologia, da inovação, da qualidade. Transformar o Inmetro numa espécie de Embrapa da indústria. Uma instituição de cunho científico e tecnológico, intimamente ligada à Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE), de apoio ao desenvolvimento, à modernização e à inovação. Para construir tudo isso, precisamos, realmente, desenvolver, modernizar e capacitar o Inmetro, através de permanente renovação.A idéia é transformar o Inmetro numa instituição à semelhança das instituições congêneres nos países desenvolvidos, como o NIST, nos Estados Unidos; o PTB, na Alemanha, o NPL, na Inglaterra, que são instituições centenárias e que já sedimentaram toda uma estratégia para o desenvolvimento. O momento é muito bom, em função do crescimento alcançado pelo País, decorrente do aumento das exportações e da produção industrial e da PITCEBQ - Quais são as suas principais diretrizes de gestão?
Jornada - Eu começaria pelas questões básicas do processo de gestão, que é a busca da eficiência, da eficácia, da efetividade. Do ponto de vista de efetividade, o nosso compromisso é sempre com as grandes questões nacionais e, nesse caso específico, um dos grandes compromissos do Inmetro é com a PITCE. O Inmetro tem um papel importante e central de órgão fundamental de proteção ao consumidor, de garantia de justas relações de troca, de defesa do meio ambiente e de um grande alavancador das exportações brasileiras. Diante disso, é necessário o compromisso e a consciência de toda a instituição do seu importante papel. Outro aspecto, a eficácia, é a consciência de saber se o que nós estamos realizando vai gerar os resultados pretendidos. Isso, do ponto de vista de diretriz de gestão, significa uma gestão orientada para resultados, voltada para uma análise crítica de desempenho, de valorização dos nossos servidores e colaboradores. Fundamentalmente, uma gestão com foco no cliente. Eficiência é muito importante, também. Nesse aspecto, necessitamos fomentar fortemente no Inmetro o sentido da eficiência, visando fazer mais, otimizando os nossos recursos. Temos que nos conscientizar de que estamos utilizando recursos públicos - e isso é muito importante, especialmente num País, como o Brasil, onde há escassez de recursos -, recursos esses oriundos da própria sociedade. Eficiência significa isso: cuidar para que esses recursos sejam utilizados da melhor maneira possível, isto é, fazer cada vez mais com os recursos disponíveis.
O Inmetro, ao longo dos últimos anos, tem recebido investimentos significativos do governo, que paga pelo nosso trabalho, investe no nosso tempo de trabalho e nós temos obrigação de retribuir. Temos que, do ponto de vista de uma diretriz de gestão, orientar nosso trabalho de forma eficiente, através da implantação de uma série de mecanismos de gestão, que nos auxiliarão na busca cada vez maior da eficiência. O serviço público precisa se tornar mais e mais eficiente, porque o Brasil precisa ter um serviço público cada vez melhor. A sociedade demanda um serviço público de qualidade. Obviamente, os recursos são limitados, então, a fronteira possível para aumentar a qualidade dos serviços públicos é a eficiência, através da melhoria de gestão e de processos. O Inmetro já tem feito um trabalho muito bom nesse sentido, embora tenhamos que aprofundar a discussão do nosso trabalho, com ênfase na eficiência. Além disso, a diretriz de gestão deve observar a rapidez no atendimento, sem deixar de considerar as questões relativas a ética, a transparência e a estreita observância aos preceitos legais. Outro aspecto é uma gestão com comprometimento de todos e participativa. Uma gestão participativa não significa democrática, no sentido de que todas as pessoas vão opinar sobre o que se deve fazer. Na gestão participativa, as pessoas que têm conhecimento em determinada área vão influir e terão responsabilidade por ações. Na gestão participativa do Inmetro, cada um tem que dar o melhor de si. Participação significa isso, todo mundo dar o melhor de si para um melhor resultado. Democracia é algo que se aplica no País como um todo - todos nós somos cidadãos e donos do Brasil. Agora, o dono do Inmetro é o Estado e a sociedade brasileira, representada pelo governo. Portanto, na gestão participativa cada um deve dar o máximo do seu conhecimento para uma finalidade social, que é o bem de todos. Uma gestão participativa é fundamental, porque cada pessoa é um tesouro em termos de conhecimento e de experiência. Essa qualidade tem que ser valorizada, posta a serviço de um objetivo maior, que é o desenvolvimento do País. Dentro desse espírito, a valorização do ser humano, d