Inmetro destaca transição energética e papel do hidrogênio em evento sobre barreiras técnicas

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) participou, na última quarta-feira (2/10), do evento sobre barreiras técnicas ao comércio promovido pela Organização Mundial do Comércio (OMC), em parceria com o Itamaraty, com foco em normas e regulamentos para tecnologias emergentes. Representaram o instituto o pesquisador-tecnologista em Metrologia e Qualidade, Sergio Oliveira, e a chefe substituta do Laboratório de Análise de Gases (Lanag), Andreia Lima, que falaram sobre o Programa de Transição Energética do Inmetro. O evento também discutiu temas como inteligência artificial e outras tecnologias emergentes, destacando a importância da normatização e da regulação para garantir a segurança e eficácia dessas inovações. 

Durante a apresentação, Sergio Oliveira abordou a implementação de energias renováveis e as perspectivas do Brasil no setor de hidrogênio, alinhadas aos esforços globais de descarbonização. “O hidrogênio é uma tecnologia emergente que tem potencial para revolucionar a matriz energética, especialmente em setores que demandam muita potência, como a indústria pesada e o transporte de cargas”, afirmou. Ele destacou que a recente aprovação de marcos legais no Brasil, como as Leis 14.948 e 14.990 de 2024, representa um passo fundamental para o desenvolvimento de hidrogênio de baixo carbono no país. Outros temas ligados a fontes de energia citados foram eletromobilidade, baterias de lítio, energia eólica, energia solar fotovoltaica, eficiência energética, mercados de crédito de carbono, armazenamento geológico de carbono (CCS/CCUS), biomassas, biogás/biometano e grafeno. Sergio Oliveira destacou que a Diretoria de Metrologia Científica e Tecnologia atua nesses temas de diversas maneiras desde P&D até grupos técnicos de normalização nacional e internacional.

Andreia Lima ressaltou o papel do Inmetro na área de metrologia científica e química, enfatizando a importância da rastreabilidade metrológica para garantir a qualidade e a segurança das novas tecnologias. “Quando pensamos em transição energética, a rastreabilidade dos padrões é essencial para a confiabilidade de todos os produtos e processos”, explicou. Ela detalhou como o Inmetro desenvolve materiais de referência certificados, especialmente para biogás, biometano e hidrogênio, assegurando que o Brasil tenha padrões nacionais que atendam às exigências internacionais.

Andreia também destacou o impacto da cooperação internacional para a qualificação técnica do Brasil. “Temos uma colaboração muito importante com institutos nacionais de metrologia da Europa e da América Latina. Essa troca de conhecimento nos permitiu desenvolver, aqui no Inmetro, materiais de referência que antes precisávamos importar a um custo elevado. Hoje, capacitamos outros países da América Latina a também desenvolverem seus próprios padrões”, relatou.

O evento proporcionou um espaço para discutir a regulamentação e a normatização de tecnologias emergentes, considerando os desafios e as oportunidades que essas inovações trazem para a sociedade. “A transição energética e a adoção de novas tecnologias devem estar alinhadas com regulamentações que garantam segurança, qualidade e eficiência”, concluiu Andreia.

A participação do Inmetro no evento reforça seu compromisso com a inovação e o desenvolvimento tecnológico sustentável, contribuindo para que o Brasil esteja alinhado com os padrões internacionais e preparado para os desafios da transição energética global.