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Inmetro desenvolve projetos para setor de energia
Como resultado do movimento de aproximação e sinergia cada vez maior com o setor produtivo, o Inmetro promoveu a primeira edição do evento “Inovação em Metrologia”, com o tema energia. Pesquisadores do Instituto, representantes da academia e dos setores elétrico, de renováveis e de óleo & gás reuniram-se para discutir oportunidades de parceria e demandas tecnológicas relacionadas à metrologia.
Com a modificação do perfil das cargas e o crescimento vertiginoso no uso de energia eólica e fotovoltaica no País, que geram diversas interferências nas redes, Marcelo Martins, da Divisão Metrologia Elétrica do Inmetro, apresentou um projeto sobre avaliação de desempenho de medidores de energia elétrica em um ambiente de geração distribuída. “A rede se modernizou e conceitos que funcionavam bem na rede elétrica tradicional podem não ser suficientes. Precisamos desenvolver nossos laboratórios e nos capacitar para atuar em um novo cenário”, explicou.
A rastreabilidade nessas ondas distorcidas e a reprodução da situação em laboratório para realização de ensaios em instrumentos, garantindo a confiabilidade, é uma discussão de vanguarda. “Todos nossos requisitos são baseados em normas e recomendações internacionais. O mundo inteiro está olhando para este tema”, sintetizou Bruno Couto, chefe do Setor de Medição de Grandezas Elétricas. O projeto é um dos que o Inmetro submeteu a editais de empresas do setor elétrico, que devem investir 1% do seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento.
Representantes do setor elétrico convencional participaram uma mesa-redonda no evento, específica para apresentar suas demandas para apoio à inovação tecnológica com foco em metrologia. Vito Rizzo, da Enel; José duardo Alves, do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel); e Alexandre Soares, da Itron abordaram, entre outros temas, a transição, que está em curso, para as redes elétricas inteligentes.
De acordo com Daniela Faria, uma das pesquisadoras da Divisão de Inovação Tecnológica do Inmetro que esteve à frente do evento e que faz a interface com o setor produtivo, está em discussão, agora, um plano de trabalho para elaboração de projetos conjuntos entre o Inmetro e o Cepel.
Renováveis
Com uma matriz energética composta por 42,9 % de fontes renováveis, o Brasil destaca-se entre os países industrializados (no mundo, mais de 80% da energia vem de fontes não renováveis).
No evento, houve discussões específicas sobre o setor elétrico renovável, com a participação de representantes das associações brasileiras de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), de Geração Distribuída (ABGD) e de Energia Eólica (ABEEólica).
A aproximação abriu caminhos para que o setor envie suas contribuições e propostas para serem incluídas na nova fase do projeto de cooperação bilateral sobre eficiência energética que o Inmetro mantém com seu congênere alemão, o PTB.
Óleo & Gás
Outro setor com o qual o Inmetro tem mantido frequente interlocução é o de Óleo & Gás, cuja importância fica clara em números: ele responde por 13% do PIB brasileiro e por 50% da oferta interna de energia.
Nos últimos dois meses, quatro diferentes grupos da Petrobras visitaram o Inmetro, interessados em contribuições e parcerias. No evento, Edisio Junior, da Diretoria de Metrologia Legal, apresentou um novo projeto sobre avaliação do desempenho metrológico dos sistemas de medição utilizados na indústria de óleo e gás, que está sendo desenvolvido em conjunto com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) e com a área de processamento primário da Petrobras. O principal objetivo é aperfeiçoar os requisitos para avaliação dos medidores e sistemas de medição empregados na exploração e produção de petróleo.
Foi enfatizado que os resultados destas medições são a informação de referência para o cálculo das participações governamentais referentes à produção de petróleo. Dado o volume de produção e de transações realizadas, qualquer pequeno erro de medição tem um impacto financeiro elevado, não somente para as empresas do setor, como para a sociedade de uma forma geral.
Houve, ainda, um painel sobre desafios impostos pelas novas tecnologias sob a perspectiva da sustentabilidade, com a participação de Karine Fragoso, da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP) e uma mesa redonda sobre as demandas do setor, com foco em metrologia.