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pegada de carbono
Inmetro desenvolve programa voltado à temática de carbono
Ação da Coordenação-Geral de Acreditação (Cgcre) está ligada à preocupação do Instituto com as questões ambientais, que crescem e atingem o setor produtivo
Publicado em
21/05/2024 19h13
O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) está preocupado com as questões ambientais, como a diminuição da biodiversidade, contaminação do ar, do solo, das águas e as mudanças climáticas, em decorrência do aquecimento global.
Tais problemas vêm crescendo gradativamente e se estendem aos setores produtivos.
Atento a isso, o Inmetro resolveu contribuir com ações para o bem-estar da sociedade brasileira e do mundo globalizado com foco na verificação e estudos sobre a pegada de carbono.
Desse modo, o estudo de pegada de carbono tem por objetivo calcular o potencial de contribuição de um produto ao aquecimento global.
Do inglês “carbon footprint”, a pegada de carbono é uma metodologia criada para estimar o impacto do ciclo de vida de um produto, processo ou serviço no aquecimento global através da quantificação das suas emissões de gases de efeito estufa convertidas em dióxido de carbono equivalente.
Nesse sentido, a Coordenação-Geral de Acreditação (Cgcre), do Inmetro, desenvolveu o programa de Acreditação para Organismos de Verificação de Inventários de Gases de Efeito Estufa (OVV).
O programa é voltado aos órgãos que desejam verificar inventários de emissão de gases do efeito estufa (GEE), no âmbito organizacional, dentro do Programa Brasileiro de GHG Protocol.
Esse protocolo é um pacote de padrões, orientações, ferramentas e treinamentos para que empresas e governos mensurem e gerenciem as emissões produzidas pelo homem (antropogênicas) responsáveis pelo aquecimento global.
Redução de emissões
Para este fim, o GHG Protocol e a série de normas ISO 14060 ajudam as organizações calcularem suas emissões GEE e estabelecem ferramentas para o desenvolvimento de programas de redução de emissões de gases de efeito estufa.
Baseada na avaliação de ciclo de vida, a norma ISO 14067 estabelece requisitos específicos para a quantificação de CFP (Carbon Footprint of Product) de produto ou serviço, permitindo um melhor entendimento da cadeia de produção e dos principais processos emissores.
Acreditações
Atualmente, o Inmetro já acreditou 17 organismos nesse setor, de acordo com os critérios estabelecidos na norma ABNT NBR ISO 14065.
Em nível nacional, há levantamentos de emissão de gases de efeito estufa (GEE) que fornecem uma visão geral de quais atividades emitem mais gases. No Brasil, o principal levantamento é realizado pelo Observatório do Clima.
No nível organizacional, a pegada de carbono mede todas as emissões de gases de efeito estufa da organização e isso vale tanto para as emissões diretas (de responsabilidade da própria empresa), quanto para as indiretas (relacionadas à sua cadeia de valor), ou seja, clientes e fornecedores.
Impactos individuais
De acordo com Coordenação-Geral de Acreditação (Cgcre), do Inmetro, impactos individuais também podem ser medidos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) tem uma calculadora de pegada de carbono para uso público que leva em conta o tamanho do lar e o número de habitantes.
Além disso, faz perguntas baseadas sobre consumo de energia, transporte e estilo de vida, esta última ligada principalmente à alimentação e gestão de resíduos.
Expertise do Inmetro
“Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia”.
Para o presidente do Inmetro, Márcio André Brito, esta frase do estatístico e professor norte-americano William Edwards Deming (1950), foi uma revolução no passado e continua atual.
“Portanto, para combater as mudanças climáticas, é preciso medir e reduzir a pegada de carbono a partir da adoção do consumo responsável e do investimento em boas práticas de sustentabilidade. Daí o papel fundamental do Inmetro, que tem expertise em realizar estudos, medições e verificações nesse e nos demais setores produtivos brasileiros”, destacou Brito.