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Incerteza de medição
O Comitê de Avaliação da Incerteza de Medição foi criado em maio de 2003 pelo diretor de Metrologia Científica e Industrial do Inmetro, João Alziro H. da Jornada, para ser foco de conhecimento em metrologia e disseminador desses conhecimentos e de padrões de referência e, também, para participar e representar o País em fóruns internacionais. Integram o comitê Valter Y. Aibe, Adauto O. Neto, Dalni M. do Espírito Santo Fº, Gregory A Kyriazis, Hakima Belaidi, João Antonio P. Alves, Paulo Roberto Couto, Paulo Roberto F. Santos, Renata M. Borges e Renato N. Teixeira.
O coordenador do Comitê e especialista do Laboratório de Fluidos, Valter Aibe, disse que o Comitê tem caráter multidisciplinar, uma vez que o tema incerteza de medição é horizontal e envolve todas as áreas de metrologia. Pretende-se ser um fórum de debates internos do Interno para formar conhecimentos e participar de discussões em fóruns internacionais. Ao mesmo tempo o Inmetro deve se preparar para disseminar os conhecimentos para os laboratórios de calibração acreditados, de ensaios, para usuários de instrumentos no campo de medições de transferência de custódia e também para usuários de instrumentos nos casos mais comuns e simples. A comunidade deve saber que pode buscar no Inmetro informações e conhecimentos de alta qualidade sobre incerteza de medição, disse Aibe.
Os primeiros temas discutidos no Comitê foram: pressupostos explícitos e implícitos que se baseia a teoria apresentada no GUM (Valter Aibe); diferença da abordagem estatística freqüencista e bayesiana (Gregory) e técnicas de simulação Monte Carlo (João Torres). Entre os problemas relativos ao cálculo da incerteza da medição, encontrados nos laboratórios da Dimci e nas avaliações de laboratórios, têm sido objeto de discussão pelo Comitê: declaração da incerteza expandida no caso do resultado do cálculo dessa incerteza ser menor que a resolução do próprio instrumento; procedimento no caso em que houver poucas observações e se acrescentar uma fonte de incerteza, fictícia com grau de liberdade grande, a incerteza expandida der menor por fator de abrangência ser menor; a fórmula de calcular os graus efetivos de liberdade supõe-se que as grandezas de entrada são independentes, mas há casos em que a correlação afeta significativamente o resultado de cálculo de graus efetivos de liberdade; utilização de software comerciais específicos para o cálculo de incerteza; proposição de utilização da abordagem Bayesiana para cálculo de incerteza, dentre outros temas.
A discussão gerou a Nota Técnica Uso do termo probabilidade de abrangência, que tem o objetivo de orientar a utilização de termos técnicos de acordo com a ISO-GUM (Guia para Expressão da Incerteza de Medição) e EA02/4. Por exemplo, quando se refere à incerteza expandida não se deve usar o termo nível de confiança, como é utilizado na Estatística, mas sim probabilidade de abrangência. O termo nível da confiança pode ser confundido com nível de confiança.
Outras notas técnicas estão em discussão, tais como cálculo de incerteza na medição de temperatura e na medição com multímetro.
O Comitê se reunirá ainda neste mês e está aberto para sugestões e participação de outros técnicos do Inmetro.