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Fórum das Estatais
O Globo - 04/09/2004
BRASÍLIA. O chefe da Casa Civil, José Dirceu, vai chefiar mais um grupo de trabalho no governo. No próximo dia 21 será instalado o Fórum das Estatais pela Educação, conjunto de 16 empresas públicas que somarão esforços com o Ministério da Educação (MEC) para reforçar projetos na área de ensino. Dirceu, que já chefia 12 câmaras setoriais e cerca de 60 grupos de trabalho no governo, será o coordenador-geral do novo fórum. Ao ministro da Educação, Tarso Genro, caberá a coordenação executiva.
Segundo o secretário-executivo adjunto do MEC, Jairo Jorge, a escolha de Dirceu para coordenar a iniciativa “se deve à transversalidade do fórum”, que reunirá empresas de diferentes áreas como a Petrobras, Itaipu, os Correios, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.
— As estatais tiveram um papel destacado nos ciclos de desenvolvimento que o país já viveu. Portanto, é importante que estejam engajadas num projeto de educação, que é a alavanca da distribuição de renda — disse Jairo Jorge.
Dirceu, Tarso e os presidentes das 16 empresas deverão estar presentes no lançamento do fórum, no Palácio do Planalto, no dia 21.
O MEC quer articular as ações de ensino já desenvolvidas pelas estatais, com ênfase na alfabetização e no programa chão de fábrica, que prevê a oferta de cursos profissionalizantes na sede das empresas participantes. Outra iniciativa que deverá receber o apoio coordenado das estatais é o Escola Aberta, que promove atividades culturais e esportivas nos fins de semana. O Escola Aberta é desenvolvido pelo MEC em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
As demais estatais que farão parte do fórum são: Banco do Nordeste, Inmetro, BNDES, Infraero, Serpro, Embrapa, Eletrosul, Eletrobrás, Cobra Tecnologia, Chesf e Furnas.
Ministro chefia Câmara de Desenvolvimento EconômicoA mais recente atribuição conferida a Dirceu foi a de comandar a Câmara de Desenvolvimento Econômico. Com ela, além de participar de todas as decisões importantes do governo, está determinado a intervir na discussão das políticas econômica e de desenvolvimento como porta-voz do argumento do PT e de outros setores de que só crescimento econômico não é suficiente para sustentar os compromissos do programa do governo Lula.
Na pauta desse colegiado, que deve se reunir nos próximos dias, estarão as prioridades do governo Lula para o ano que vem, e que fundamentam também a proposta de Orçamento enviada esta semana ao Congresso.
Dirceu tem explicado aos governistas que se preocupam com a possibilidade de passar à opinião pública a impressão de que, mais uma vez, há discordâncias dentro do governo sobre a política econômica, que a Câmara vai democratizar a discussão. Ele quer que, por intermédio desse grupo ministerial, a sociedade participe e tenha influência nas decisões. O ministro diz que o fato de haver discussão ou divergências em torno de determinados pontos não quer dizer que esteja brigando com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci.