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Equipamento desenvolvido por pesquisadores do Inmetro em parceria com a UFMG conquista o 1º lugar do Prêmio Péter Murányi 2024 de Ciência e Tecnologia
O Nanoscópio é o equipamento de microscopia óptica com a maior resolução do Hemisfério Sul, que possibilita analisar nanoestruturas em escalas de resolução dez mil vezes menores que um fio de cabelo
Publicado em
22/05/2024 16h23
No último dia 25/04 o Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - Inmetro esteve na premiação Péter Murányi 2024, no salão Villa Vérico, em São Paulo. O trabalho foi reconhecido com o primeiro lugar pelo desenvolvimento do equipamento Nanoscópio, realizado na UFMG em conjunto com o Inmetro e a empresa start-up FabNS. O projeto vencedor contou sobre o desenvolvimento, a produção e a comercialização do Nanoscópio.
O projeto foi conduzido pelos professores Adro Jorio e Luiz Gustavo Cançado, ambos do Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. A participação do Inmetro remonta à colaboração em diversos projetos científicos que se iniciaram em 2011, destacando-se a instalação do equipamento protótipo do Nanoscópio na Divisão de Metrologia de Materiais - Dimat, em 2012, e a liderança no desenvolvimento de nanoantenas ópticas de alta eficiência e reprodutibilidade.
O coordenador do projeto no Inmetro, Dr. Thiago de Lourenço e Vasconcelos, relembra que “O Inmetro conduziu os principais trabalhos de desenvolvimento de sondas para TERS (Tip-Enhanced Raman Spectroscopy, traduzido para técnica de Nanoespectroscopia Raman). Em especial, o Inmetro, com a parceria da UFMG, desenvolveu as chapas das nanoantenas ópticas usadas no Nanoscópio, uma inovação tecnológica de fabricação reprodutível e que representa um salto em ordem de grandeza no que tange a eficiência óptica dessas sondas.”
Do Inmetro, estiveram presentes os pesquisadores Dr. Thiago de Lourenço e Vasconcelos e a Dra. Márcia Dias Diniz Costa, que ganharam o prêmio juntamente com outros 4 integrantes da UFMG e empresa start-up FabNS. Também estiveram presentes na solenidade os servidores professor Carlos Achete e Dr. Bráulio Archanjo, os quais também fazem parte do grupo de pesquisa do Inmetro.
O que é o Nanoscópio?
O Nanoscópio é um sistema que permite especialistas fazerem imagens e caracterizações químicas com resolução até 20 vezes superior ao limite alcançado pela microscopia óptica convencional. O equipamento pode auxiliar no estudo de novos nanomateriais como o grafeno e os nanomateriais semicondutores bidimensionais, aplicado, por exemplo, na indústria automobilística, na produção de eletrônicos, de novas fontes de renováveis de energia, novas baterias e em processos de dessalinização da água.
O aparelho é um sistema de caracterização óptica e espectroscópica com resolução nanométrica, que utiliza a técnica de Nanoespectroscopia Raman. Com esse avanço, toda a classe de nanomateriais passa a ser resolvida abrindo fronteiras para novos estudos e novas tecnologias.
Segundo o Dr. Thiago Vasconcelos, “em resumo, o Nanoscópio de desenvolvimento nacional representa uma plataforma de pesquisa que viabiliza o crescimento da indústria brasileira de nanotecnologia. Atualmente, as patentes do sistema Nanoscópio e das nanoantenas estão licenciadas à empresa start-up FabNS, a uma spin-off da UFMG e do Inmetro.”
O futuro do Nanoscópio
A UFMG e o Inmetro seguem com projetos de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico para aprimorar o equipamento e diversificar suas aplicações. Afirma o pesquisador Thiago Vasconcelos: “No Inmetro, seguimos com os projetos em curso para tornar as nanoantenas mais robustas e aplicáveis a uma faixa mais larga do espectro eletromagnético, contemplando mais linhas de laser para serem usadas no Nanoscópio. Temos também um projeto pioneiro de desenvolvimento da metrologia para a técnica TERS”.
Critérios de avaliação do projeto vencedor
Conforme informações do site da Fundação Péter Murányi, na 22ª edição do Prêmio foram avaliados 144 trabalhos, indicados por 107 Instituições oriundas de 22 estados do Brasil e do Distrito Federal. A Comissão Técnica e Científica deste ano foi formada por 4 expoentes da área de Saúde, da educação e da engenharia, cuja decisão na escolha dos finalistas foi embasada no parecer de 26 especialistas.