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Consumo consciente
Pequenas atitudes, repetidas ao longo de muito tempo, fazem muita diferença. (Akatu)
"Vamos ser mais felizes se a nossa vida afetiva for melhor, não pelo que podemos consumir", Hélio Mattar.
Nossas ações se refletem em um ambiente muito maior àquele que imaginamos. Quando compramos um produto de uma empresa que não se preocupa com questões socioambientais, contribuímos para a degradação do meio ambiente, o trabalho infantil ou escravo. Quando adquirimos produtos ou serviços além da nossa necessidade, e não selecionamos o lixo doméstico, são atitudes que demonstram falta de educação. Educação em ser um consumidor consciente. Essas questões foram abordadas pelo presidente do Instituto Akatu, Hélio Mattar, em sua palestra nessa quinta-feira, 24 de agosto, no Inmetro, em Xerém.
A palestra faz parte do programa Ciclo de Debates: Qualidade e Sociedade, coordenado pela Divisão de Educação e Incentivo a Qualidade, da Diretoria da Qualidade, com o propósito de informar e estimular o debate sobre temas de impacto na vida pessoal e profissional das pessoas.
O Instituto Akatu trabalha na linha "tem que se buscar a harmonia entre a satisfação, a preservação do meio ambiente e o bem-estar social". Já que as ações individuais vão se refletir no coletivo, por isso devem ser sempre boas ações. "É olhar para o próprio modo de vida e tentar melhorá-lo, adotar práticas saudáveis de consumo. Por que não levar sua própria sacola na hora de fazer compras, ao invés de trazer aquele monte de sacolinhas plásticas, que depois vão ser acrescentadas às toneladas de lixo nos aterros sanitários?", indaga Hélio Mattar.
— O consumidor é o protagonista dessa história, a responsabilidade vai desde a compra do produto até seu descarte. A qualidade sai de produtos e vai para o relacionamento entre empresa e o consumidor. A perfeição é impossível, não existem empresas perfeitas, que faz uma blindagem afetiva com o consumidor, para isso precisa de um consumidor consciente, com uma nova visão. O produto não é a empresa, mas o conjunto de ações. A sustentabilidade está muito ligada ao estilo de vida, ao desafio da inclusão e a limites ambientais. Hoje, já se consome 20% a mais do que a Terra é capaz de suprir, diz o palestrante.
Mattar disse que há dificuldade das pessoas perceberem o seu papel nesse contexto: o consumo tem impacto no meio ambiente e social. O benefício individual todos conhecem, é necessário saber qual o custo que se teve para produzir um produto ou serviço (não se fala aqui apenas em custo financeiro), mas, principalmente, aos danos causados à Natureza e ao bem-estar social.
Pesquisa realizada pelo Akatu, em 2002, com 1.200 pessoas com idades entre 18 e 74 anos, de nove regiões metropolitanas e duas capitais do país, para saber com que freqüência adotavam 13 comportamentos, como separar lixo para reciclagem e não deixar luzes acessas em ambientes desocupados, revelou que, 6% eram conscientes, 37% comprometidos e 54% iniciantes.
A proposta é a educação da sociedade para as mudanças pessoais. Seja de quem produz ou de quem compra. Outro papel importante da sociedade, segundo ele, é na criação de políticas públicas.
O homem é o principal elemento modificador da Natureza. Se não mudar seu comportamento, pouco sobrará para as futuras gerações. Como dizia Gandhi, "devemos ser a mudança que queremos para o mundo".
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