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Certificação Oficial
Repórter Social 11/05/2005
Em seis meses, o Brasil se tornará o primeiro país da América Latina a ter uma certificação nacional em responsabilidade social empresarial emitida por um órgão governamental. O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) prevê que a partir de setembro poderá iniciar o processo de acreditação de empresas segundo as exigências estabelecidas na Norma Brasileira de Responsabilidade Social, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Além do ineditismo da iniciativa em termos regionais, a forma como vêm sendo discutidos os chamados critérios de avaliação de conformidade, ou seja, o método de avaliação, também é inovadora. A comissão técnica vai além do tradicional grupo de especialistas do Inmetro e inclui representantes de organizações da sociedade civil, universidades e empresas.
Conhecida como NBR 16.001, a norma foi lançada em dezembro. O texto estabelece os requisitos mínimos relativos a um sistema de gestão da responsabilidade social, considerando exigências legais, compromissos éticos e a participação da empresa na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável, além da transparência das suas atividades.
"A existência de uma norma brasileira é extremamente positiva", afirmou Alfredo Lobo, diretor da Qualidade do Inmetro. "São as normas nacionais que servem como base para a criação das internacionais e, até agora, elas existiam apenas em países desenvolvidos. Agora, uma nação em desenvolvimento também terá vez."
A certificação brasileira está sendo discutida ao mesmo tempo em que a International Organization for Standardization (ISO) tenta construir um parâmetro mundial para avaliação da ação empresarial, o ISO 26.000. Este, por sua vez, deve sair do papel apenas daqui a três anos, segundo afirmou o coordenador do grupo de trabalho da ISO para o tema, o brasileiro Jorge Cajazeira.
Para Ricardo Young, presidente do UniEthos - Educação para a Responsabilidade Social e o Desenvolvimento Sustentável, o surgimento de normas e certificações discutidas com tamanha participação da sociedade civil servirá para fazer desaparecer o que chamou de "ferramentas oportunistas ou equivocadas". "A forma com que se constrói as regras é o mais importante para dar legitimidade a uma avaliação", disse Young.
Mantendo o espírito da discussão da NBR 16.001, o UniEthos lançou nesta sexta-feira o "Consórcio ISO 26.000: Redes de Aprendizagem", que reunirá empresas associadas ao Ethos que trabalharão para guiar a participação da organização nas discussões internacionais.
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