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Cafezinho sem queimar
O Inmetro realizou uma reunião para definir ações de melhorias nestes produtos, com a presença do Ministério Público de Santa Catarina, o laboratório responsável pelos ensaios de qualidade, os fabricantes que tiveram seus produtos analisados, associações representativas do setor e a ABNT. Como resultado, foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta entre o Ministério Público de Santa Catarina e os 10 fabricantes daquele Estado, que representam a maior parte do mercado, de adequação dos copos descartáveis às normas.
O Inmetro analisou 12 marcas de copos descartáveis de café e água e detectou o que todos os brasileiros já suspeitavam: há um não atendimento generalizado às normas da ABNT. Além de desobedeceram aos padrões de qualidade, a maioria pratica concorrência desleal e prejudica o consumidor. Apenas uma marca de copo descartável, das 12 analisadas, estava dentro dos padrões. Os perigos e os prejuízos para o consumidor são claros: além de sofrer pequenas queimaduras, ao colocar um líquido quente em um desses copos de café, ele precisa comprar uma maior quantidade deles, já que desde o primeiro momento em que começou a usá-los descobriu que só funcionavam do jeitinho brasileiro: ao invés de um, como é recomendado, o consumidor usa dois copos de uma vez, para dar peso e sustentação ao descartável. Ou seja, o consumidor perde em tudo, até no bolso - compra copos, mas só usa a metade deles.
Já o fabricante que não segue as normas da ABNT, além de desprezar o consumidor brasileiro, pratica a concorrência desleal: não seguindo as normas, gasta menos com a matéria-prima necessária ao copo descartável e pode vendê-lo mais barato do que o fabricante cumpridor dos seus deveres. Ou seja, ganha quem não segue critérios básicos de fabricação e pode distribuir no mercado copos descartáveis baratos:
1. Usar determinada quantidade de matéria-prima, para que o copo tenha resistência suficiente à compressão lateral. Se o copo não tem peso mínimo estabelecido em norma, significa que o fabricante usou menor quantidade de matéria-prima e, portanto, o sua parede é muito fina, não permitindo esta compressão.
2. Isso faz com que os copos rasguem facilmente ou deixem o líquido transbordar quando o consumidor o segura. E, em alguns caso, permite que o consumidor acabe se queimando quando o líquido está quente.
A análise dos copos descartáveis brasileiros começou a ser feita desde que um consumidor ligou para a Ouvidoria do Inmetro reclamando. Esta foi a mensagem enviada por este consumidor: Gostaria de saber qual a temperatura máxima dos copos descartáveis(...), pois compro café com leite todos os dias e hoje o copo se derreteu com o calor do líquido e fiquei no prejuízo (...). Por favor, façam esta medição, pois como eu tem pessoas que não podem comprar duas vezes o mesmo produto por erro das embalagens.
Muitos outros consumidores ligaram para a Ouvidoria do Inmetro reclamando também da qualidade dos copos plásticos. O Instituto Nacional do Plástico, entidade que congrega as maiores associações, também solicitou que o Inmetro analisasse os produtos e ajudasse o setor a promover qualidade.
A partir do próximo mês, portanto, todos os fabricantes brasileiros de copos descartáveis terão que começar a se adequar à medida certa e a padrões de qualidade bem definidos.
O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro – é uma autarquia federal vinculada ao Ministério do desenvolvimento Industrial e Comércio Exterior. A missão do Inmetro é promover a qualidade de vida do cidadão e a competitividade da economia, através da adoção de mecanismos de melhoria da qualidade de produtos e serviços.
Inmetro, mais qualidade para o cidadão.