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Apoio à industria nacional
Alessandro Teixeira - presidente da ABDI |
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) foi criada em janeiro deste ano para, com a supervisão da gestão pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, promover a execução de políticas de desenvolvimento industrial, especialmente as que contribuam para a geração de empregos, em consonância com as políticas de comércio exterior e de ciência e tecnologia.
O conceito de inovação, base da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE), foi incorporado pela indústria brasileira?
Alessandro: A Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) orienta a indústria a diferençar produtos e processos e agregar valor aos seus produtos. É com esta visão de inovação tecnológica que a indústria começa a implantar suas ações. O que mostra que a iniciativa do governo de promoção de inovação tecnológica surtiu efeito. Ao Inmetro cabe a responsabilidade de preparar a indústria no processo de certificação e de auxiliar as empresas na absorção tecnológica e na adequação da estrutura produtiva para que elas estejam preparadas para desfrutar deste ambiente inovador que as políticas públicas estão tentando criar.
Da década de 90 para cá, quais os ganhos em termos de qualidade e competitividade para a indústria brasileira?
Alessandro – O mais importante é a mudança de atitude da própria indústria. Há uma disposição de discutir e construir uma política industrial. É cada vez maior o entendimento de que qualidade é um pressuposto e a inovação é o diferencial. Setores como o médico-hospitalar (da região de Ribeirão Preto e Santa Catarina), de máquinas e equipamentos, de calçados e têxteis já estão trabalhando comprometidos com o conceito de inovação tecnológica proposto pelo atual governo.
Qual a sua avaliação sobre o potencial competitivo da indústria nacional em relação aos mercados americano e europeu?
Alessandro – A abertura da economia na década anterior obrigou as empresas a adotarem novos modelos de gestão produtiva para se modernizarem. Passaram a dar valor à Tecnologia Industrial Básica (TIB) e aos conceitos de metrologia e às exigências de certificação. De 2000 para cá, a indústria brasileira tem se aberto para o mundo com o objetivo de produzir com os mesmos padrões de competitividade e de excelência das empresas européias e americanas. O trabalho do Ponto Focal, desenvolvido pelo Inmetro, é extremamente importante para abrir novos mercados para o Brasil, tanto alternativos, através da promoção comercial, quanto nos tradicionais, em decorrência das barreiras técnicas.
Qual é o foco estratégico da ABDI para a indústria brasileira?
Alessandro – A ABDI vê a indústria nacional entre dois padrões de concorrência: um, onde os custos de produção são baixos e o desenvolvimento tecnológico vem aumentando. Este é o caso da China, Índia e Turquia. O outro, em que os custos de produção não são tão baixos, mas o padrão é dado pela capacidade sistêmica da estrutura produtiva – tem inovações de produtos e reconhecimento internacional. É o caso da Alemanha, Japão, Inglaterra e Itália. Neste cenário, o Brasil só pode caminhar para o segundo padrão de concorrência, onde a inovação é o foco estratégico. A ABDI vai trabalhar o arcabouço institucional para propor novas formas de leis regulatórias, novas leis que resultem em um tratamento conjunto para as empresas, como, por exemplo, a Lei de Consórcio para as Exportações, a Lei Geral de Micro e Pequenas Empresas, a desburocratização do processo de abertura e o fechamento das empresas, para fortalecer e dar sustentabilidade aos Arranjos Produtivos Locais (APLs).
Jornal Na Medida - Informativo do Inmetro4/8/2005