Como é feita a reforma de pneus e quais são os processos de reforma de pneus?
Pneu reformado, por definição, trata-se de um pneu usado que, após chegar ao fim da sua vida útil, é submetido a um processo que provê extensão dessa vida útil, através da reutilização da carcaça do pneu, sobre a qual são inseridos novos elementos de borracha nas faces externas à sua carcaça.
O serviço de reforma de pneus, além dos evidentes benefícios econômicos e ambientais, contribui com a sustentabilidade do planeta e o resultado deste processo de reforma, quando efetuado segundo os requisitos prescritos no regulamento definido na Portaria nº 433/2021, irá prover ao seu usuário um nível de segurança equivalente ao de um pneu novo.
A reforma de pneus para uso em veículos rodoviários pode ser realizada através de três métodos distintos, a saber; recauchutagem, recapagem e remoldagem (remold). Portanto, é fundamental entendermos claramente a diferença entre estes três métodos e saber que, antes de ser reformado, um pneu deve ser submetido a uma inspeção inicial, na qual são avaliados mais de vinte itens na carcaça do pneu. Em atendendo aos requisitos estabelecidos na regulamentação do Inmetro, o procedimento de reforma poderá ser realizado.
Recapagem: Processo pelo qual um pneu é reformado pela substituição de sua banda de rodagem. A banda de rolagem é a parte do pneu que fica em contato com o solo, por ser dividida em sulcos, ranhuras e barras seu desgaste provoca o fim da vida útil do pneu. A recapagem é o processo de reforma de pneus mais comumente utilizado no Brasil, cujo resultado final apresenta um produto muito semelhante a um pneu novo, devido à alta tecnologia utilizada e ao grau de detalhamento exigido do processo.
Este processo inclui a limpeza externa da carcaça do pneu, raspagem, dissolução e envelopagem da banda de rodagem. Neste processo, além das identificações do reformador e do processo de recapagem, são mantidas as identificações originais do fabricante do pneu, sendo esse processo realizado apenas para veículos comerciais pesados, como ônibus e caminhões.
A recapagem de pneus de carga pode ser feita em dois processos: quente e frio. No processo à quente é utilizada a técnica de vulcanização, onde a banda de rodagem nova se unirá ao pneu reformado, por autoclavagem a uma temperatura de 150°C. No método a frio, a recapagem é feita a uma temperatura até 115°C, onde é utilizada uma banda de rodagem já moldada para ser sobreposta à carcaça do pneu.
Recauchutagem: Processo pelo qual um pneu é reformado pela substituição de sua banda de rodagem e dos seus ombros laterais, em processo semelhante à recapagem. Vale lembrar que, esses processos só são realizados após uma série de testes que avaliam se o pneu pode ou não passar por uma reforma, que proporciona um produto com qualidade assegurando uma boa vida útil. A recauchutagem devolve a estabilidade, aderência e tração adequadas ao pneu, além de diminuir a emissão de ruídos. Portanto, sendo feita por empresas especializadas e autorizadas pelo Inmetro, seguindo os requisitos técnicos e de segurança e utilizando materiais de qualidade, a durabilidade e segurança do pneu reformado serão semelhante às de um pneu novo.
Remoldagem (remold): Processo pelo qual um pneu é reformado pela substituição de sua banda de rodagem, dos seus ombros e de toda superfície de seus flancos laterais. Este processo também é conhecido como recauchutagem de talão a talão. A partir de uma carcaça bem preservada tanto nas suas laterais como na sua banda de rolagem, uma máquina é utilizada para retirar toda a camada velha de borracha permitindo que seja possível aplicar uma nova camada. Porém, antes da aplicação é feito uma nova inspeção, e nessa inspeção devem ser mantidos registros de todas as informações pertinentes à origem do pneu.
Caso sejam identificados outros danos interno, os problemas precisam ser devidamente solucionados para que, finalmente, a nova camada de borracha possa ser aplicada.
Sendo então os pneus remold frutos de um processo no qual a sua parte interna e externas são reformadas, este procedimento acaba alterando as características originais do fabricante, como a banda de rodagem, os elementos de ligação e os elementos selantes do fabricante original, perdendo o seu DNA de origem.
Como os pneus remoldados são submetidos a uma reestruturação criteriosa para reforçar sua estrutura e sendo a parte externa revestida por uma nova camada de borracha, assim, eles devem perder a identificação do fabricante original e o reformador passa a ser o responsável pelo produto conforme ele será colocado no mercado.
Por isso eles devem receber uma nova identificação de marca e denominação comercial, cujo fornecedor será o responsável por prover todas as condições de segurança necessárias para seu uso.