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SNCT
Circuito interativo no Museu Mello Leitão apresenta os diversos ecossistemas da Mata Atlântica
Entre os dias 17 a 20 de outubro, o Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) realiza a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), evento gratuito e aberto ao público. Para a 21ª edição da SNCT, o INMA desenvolveu o circuito interativo Paisagens da Mata Atlântica, que guiará os visitantes por diversas estações temáticas, mostrando os ecossistemas que compõem a Mata Atlântica, falando de sua diversidade, dos saberes e tecnologias usadas para estudos nestes ambientes, dos impactos que sofrem e suas consequências. Este circuito foi cuidadosamente planejado para públicos de todas as idades, proporcionando uma experiência educativa e envolvente.
A SNCT é o maior evento de popularização da ciência do Brasil. É realizada anualmente desde 2004, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Nesta edição, o tema é Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais.
O circuito do INMA tem seis estações. Na estação Inselbergues e campos de altitudes: Ilhas rochosas da Mata Atlântica, os visitantes vão conhecer a biodiversidade dos ecossistemas rupícolas, ambientes caracterizados por grandes extensões de rochas abertas e por condições ambientais variadas que promovem a ocorrência de um grande número de espécies exclusivas, especializadas e ameaçadas. A exposição terá atividades interativas, como bate-papo com pesquisadores, maquete detalhada e um paredão de escalada, proporcionando uma experiência prática e educativa. “O objetivo é sensibilizar o público sobre a importância biológica dos ambientes rochosos e incentivar a sua conservação”, explica a pesquisadora Fabiula Moreno Arantes.
“A estação Entre a luz e a sombra: segredos da floresta objetiva mostrar aos visitantes que a floresta não é uma mancha verde contínua, mas sim uma diversidade de microambientes distintos”, relata a pesquisadora Nara Mota. A partir de uma maquete, os visitantes poderão aprender sobre os diferentes tipos de florestas. Além disso, serão abordados temas como biodiversidade, serviços ecossistêmicos e o papel da Reserva Biológica (ReBio) Augusto Ruschi. No jogo "Quem sou eu?", os participantes aprenderão sobre espécies da Mata Atlântica. Vídeos obtidos por armadilhas fotográficas mostrarão o cotidiano de animais de médio e grande porte nas florestas, tanto no ambiente terrestre quanto na copa das árvores. Essa estação tem a participação da ReBio Augusto Ruschi, que apresentará aos visitantes a atuação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e as colaborações com o INMA.
Na estação Maré de conhecimento, os visitantes irão mergulhar nos dois ecossistemas costeiros da Mata Atlântica: a restinga e o manguezal. Serão abordados aspectos da biodiversidade e socioculturais. Um jogo sobre interações ecológicas permite aos visitantes compreender a importância de cada organismo e o impacto de sua retirada do ecossistema. Além disso, os visitantes poderão conhecer o processo de fabricação das panelas de barro - tradição capixaba -, feitas a partir de barro extraído dos mangues e de tinta obtida da casca da planta mangue-vermelho. O público verá também como espécies típicas da restinga fazem parte da culinária brasileira: pimenta-rosa e pitanga são ingredientes para geleias e chocolates artesanais. “Os visitantes terão a oportunidade de refletir sobre o impacto que as ações antrópicas têm causado nesses ambientes e a importância de preservá-los”, destaca Rachel Montesinos, pesquisadora do INMA.
Água na Mata Atlântica: conexões entre natureza e sociedade aborda a influência humana sobre a qualidade ecológica de ecossistemas aquáticos da Mata Atlântica, os principais desafios, impactos ambientais e soluções para sua conservação. De forma lúdica e interativa, o público vai conhecer os organismos bentônicos - seres que vivem no fundo das águas e que são bioindicadores da qualidade do ambiente. “Serão apresentados também saberes populares, evidenciando a diversidade biológica nesses ambientes e as ameaças que enfrentam, como rompimentos de barragens, poluição e espécies invasoras”, conta o pesquisador Emanuel Cafofo. “A estação convida o público a refletir sobre a preservação da água, essencial para a biodiversidade e a vida humana”, completa.
Na estação Transformações das paisagens, os visitantes vão conhecer as mudanças no uso do solo e seus impactos, com foco nas queimadas e no desmatamento. A exposição contará com infográficos, painéis e cartazes ilustrativos que mostrarão como essas transformações ocorrem e informações obtidas por meio de sensoriamento remoto. “O principal objetivo é conscientizar o público sobre a fragmentação do bioma ao longo do tempo, os impactos atuais e os riscos referentes às mudanças climáticas”, explica Mileide Formigoni, pesquisadora do INMA. “Para enriquecer a experiência, além das dinâmicas interativas, os visitantes poderão vivenciar uma imersão sensorial num ambiente que apresenta a devastação da floresta pelo desmatamento e queimada”, conta o pesquisador Guilherme Sanches.
A estação Indígenas da Mata Atlântica, elaborada em conjunto com a Aldeia Nova Esperança, em Aracruz/ES, destaca a profunda relação dos povos originários com a natureza e os desafios que enfrentam. O objetivo é desmistificar estereótipos sobre os indígenas e mostrar suas contribuições para a restauração da Mata Atlântica. A programação inclui atividades interativas, como contação de histórias, oficinas de produtos elaborados com sementes, pintura corporal e apresentações do coral guarani Tape Retxãkã.
No dia 18 de outubro, sexta-feira, às 17 horas, haverá a inauguração do Mural da Mata Atlântica, criado pelo artista Willer Bontempo. “Executei este trabalho com olhos infantis, pensando em divulgar a ciência e as artes junto às crianças, pois acredito que essa seja a melhor estratégia na defesa da natureza”, conta o artista. A pintura representa a rica biodiversidade desse bioma e ocupa o muro externo do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão. Com 20 metros de largura por 3,15 metros de altura, o mural é um atrativo para a população teresense e para os turistas que visitam a cidade.
Na mesma solenidade, haverá o lançamento do filme “Nos Arquivos de Ruschi”, dirigido pelo produtor audiovisual Lucas Bonini e pela historiadora Alyne Gonçalves. Fruto do trabalho do núcleo de História das Ciências do INMA, o documentário é realizado pela Associação de Amigos do Museu de Biologia Mello Leitão (Sambio) com patrocínio da Lei Paulo Gustavo/Ministério da Cultura e Prefeitura Municipal de Santa Teresa. No documentário, dois pesquisadores discutem as descobertas e informações encontradas no arquivo pessoal do cientista Augusto Ruschi (1915-1986), enquanto exibem fotografias, cartas e jornais sobre histórias e personagens pouco conhecidos do grande público. “Além de registros audiovisuais inéditos, ‘Nos Arquivos de Ruschi’ apresenta o esforço de organização, preservação e difusão de um patrimônio científico e cultural brasileiro e abre uma janela para novos achados e interpretações sobre o passado”, destaca Alyne.
SERVIÇO
21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
Data: 17 a 20 de outubro, quinta-feira a domingo
Horário: 8 às 17 horas
Local: Museu de Biologia Prof. Mello Leitão / Instituto Nacional da Mata Atlântica
Av. José Ruschi, 4 - Centro, Santa Teresa/ES
Evento gratuito
Agendamento de grupos: agendamento@inma.gov.br
Contato: 27 99667-5980