Em Libras
O Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) realizou um evento interno, na tarde da última quinta-feira, 24 de abril, em comemoração ao Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Com o tema "23 anos da Lei de Libras: Uma trajetória de lutas e vitórias pela acessibilidade linguística", a programação contou com duas mesas redondas, além da exibição, em primeira mão, de um vídeo produzido em homenagem à data, com depoimentos em Libras de pessoas do instituto, incluindo estudantes de diversos segmentos. O auditório do Departamento de Educação Superior (DESU) recebeu cerca de 60 pessoas para o evento. Houve, ainda, uma exposição de artes dos alunos do Colégio de Aplicação na entrada principal do INES e em trechos do trajeto até o local.

- Docentes debateram sobre Lei de Libras
A primeira mesa redonda reuniu docentes surdos que trabalham ou já passaram pelo INES, como os atores e professores Silas Queiroz e Bruno Ramos. Referência nas artes cênicas, Silas relembrou manifestações organizadas pela comunidade surda para reivindicar espaços mais acessíveis, antes da promulgação da Lei n.º 10.436, de 24 de abril de 2002, que reconhece o uso da Libras como meio legal de comunicação no Brasil. Bruno, que é ex-aluno do INES e hoje leciona na Universidade Federal Fluminense (UFF), contou como foi aprender a língua numa escola para surdos, aos 7 anos, e explicou o processo de criação da versão em Libras do Hino Nacional Brasileiro produzida pela TV INES, do qual participou. Hudney Guimarães e Luiz Carlos Souza, professores do Curso de Libras e do Colégio de Aplicação do INES, respectivamente, relataram experiências no ensino da língua, destacando a importância de seu reconhecimento e os desafios que ainda precisam ser enfrentados para se efetivar a garantia dos direitos dos cidadãos surdos.

- Intérpretes também debateram e participaram de vídeo exibido
Na segunda mesa redonda, apresentaram-se as tradutoras-intérpretes de língua de sinais Lorraine Mayer, Glaucia Gonçalves e Noélia Silveira, que atuam com diferentes públicos e em diferentes departamentos do instituto. Elas avaliaram o que mudou nesses 23 anos da Lei de Libras e o que falta melhorar, bem como o papel que desempenham na luta dos movimentos surdos por maior acessibilidade linguística, na educação, nas produções culturais e nos serviços públicos em geral. "Vamos continuar lutando por esses direitos e outros também, mas a legislação trouxe, sim, benefícios. Existe uma lei que nos assegura e devemos comemorá-la", afirmou a chefe de gabinete do INES, Luciane Cruz, que conduziu o evento. À noite, o instituto estendeu as comemorações pela data em uma formatura do curso presencial de graduação em Pedagogia Bilíngue.