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INES debate educação antirracista na II Semana da Consciência Negra
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Na mesa de abertura, no auditório do prédio principal do INES, estavam presentes a diretora-geral, Solange Rocha; a diretora do DESU, Elizabeth Serra; e a coordenadora de extensão do INES, Marisa Gomes, que foram apresentadas pelo professor Ricardo Janoário, coordenador do Grupo de Estudos Sobre Racismo e Surdez (GERES). Em sua fala, Marisa apontou diversos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que refletem a falta de oportunidades que pessoas negras ainda enfrentam no Brasil. "Esses dados são uma herança perversa da escravidão e isso reverbera até hoje na população preta", afirmou a coordenadora, enfatizando a importância da luta por conscientização e, especialmente, reparação histórica.
Solange Rocha teceu conexões entre a educação de surdos e as questões raciais históricas no país: "Temos a ilusão insular de que o INES está à parte, fora da história da escravidão, e não está. Há registros, daquela época, de surdos escravizados e alforriados. É preciso tentar entender essa 'fábrica' de produção de exclusão", disse a diretora. Elizabeth Serra reforçou o compromisso do instituto com uma educação antirrascista e lembrou a existência do Ubuntu, núcleo interdepartamental de educação e direitos humanos em funcionamento no instituto desde 2017. "Uma educação antirrascista não se faz apenas com eventos, se faz no cotidiano", ressaltou. Durante os momentos de compartilhamento de experiências com o público inscrito no evento, funcionários, alunos e ex-alunos do INES relataram episódios de discriminação que já vivenciaram ao longo de suas trajetórias e abordaram ações, movimentos e políticas voltadas para a redução da desigualdade racial. Ricardo Janoário foi um dos professores que abordou o conceito de racismo estrutural com os participantes: "O Brasil não foi uma colônia de povoamento, e sim de exploração. Por isso, por conta da colonização, a gente nasceu, cresceu e vive dentro de uma estrutura racista", explicou ele.