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COINES: Instituto realiza edição 2021 de seu congresso internacional, em formato remoto
A edição 2021 do Congresso Internacional do Instituto Nacional de Educação de Surdos - COINES - aconteceu nos dias 8, 9 e 10 de dezembro, novamente pela internet, devido à pandemia de coronavírus. Cerca de 2.300 participantes se inscreveram no evento, que foi transmitido ao vivo no canal do Departamento de Desenvolvimento Humano, Científico e Tecnológico (DDHCT) do INES na plataforma de vídeos YouTube.
Neste ano, o COINES contou com palestras e apresentação de 34 trabalhos (pôsteres e comunicações), avaliados e selecionados por especialistas do próprio instituto. Entre os palestrantes, participaram cinco professores e pesquisadores do INES, além de quatro convidados de instituições de outros estados brasileiros e o colombiano Edwin Gonzalez, da Universidad de Nariño. Houve, ainda, o Festival Brasileiro de Arte e Cultura Surda, realizado em parceria com o Centro de Integração de Arte e Cultura Surda (Ciacs), que exibiu o trabalho de 11 artistas surdos de todo o Brasil.
Para Andreza Raphael, diretora do DDHCT, a edição deste ano teve como principal diferencial o público, que antes era composto em grande parte por pessoas que ainda tinham pouco conhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e da comunidade surda. “Agora percebemos um público que, em sua maioria, já tem buscado capacitação na área, dado que ou já sabem Libras ou estão em crescimento e capacitação no idioma”, analisa.
Este é o segundo congresso internacional sem atividades presenciais, devido à COVID-19, mas a comissão organizadora do evento já identifica uma evolução no formato do ano passado para este. Os temas abordados também trouxeram novidades. Em 2021, o intuito foi aprofundar os debates em torno da Lei nº 14.191, sancionada em agosto, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e dispõe sobre a modalidade de educação bilíngue de surdos no país. “O maior desafio para este COINES era, diante das limitações e mudanças provocadas pela pandemia, proporcionar um evento com tema atual e que pudesse levar a surdos e ouvintes conhecimentos relevantes”, afirma Andreza.
A mudança do modelo presencial para o online trouxe desafios e oportunidades para a equipe organizadora. “Toda a concepção do evento precisa ser pensada para um formato remoto, então temos que pensar em debates que possam permitir interação com as pessoas de forma mais direta, prática, além de soluções e novas estratégias que permitam a expressão surda”, explica Jean Fuglino, da Coordenação de Projetos Educacionais e Tecnológicos. Responsável pela Cooperação Técnica, Isabelle Flor destaca que o formato remoto possibilitou maior democratização do acesso de pessoas de todo o Brasil ao COINES, já que havia uma limitação de espaço físico quando o evento era presencial. “Não conseguíamos atender a todos. Enfim, a ‘filosofia’ do evento precisa ser pensada especialmente para o remoto, mas isso não significa que um formato seja melhor do que o outro”, conclui.
Segundo a comissão, os 34 trabalhos apresentados no congresso deverão ser disponibilizados ao público em e-book ou em um dos periódicos institucionais do INES em 2022. Até lá, eles podem ser acessados já no site do instituto, neste link .