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COINES 2022: Aniversário de 165 anos do INES foi tema do congresso internacional, que voltou a ser realizado presencialmente
(em breve, versão da notícia em Libras aqui)
O Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) realizou, nos dias 9, 10 e 11 de novembro, a 21ª edição de seu Congresso Internacional e Seminário Nacional – COINES 2022. O evento, que aconteceu no Centro de Convenções da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, no Centro do Rio, retornou ao formato presencial após dois anos sendo realizado na modalidade remota, pela internet, devido à pandemia de covid-19. O tema deste ano foi o aniversário de 165 anos do INES, celebrado em setembro, o que inspirou o título "COINES 2022: 165 anos de desafios e conquistas”.
Nos três dias de evento, o COINES teve em sua programação mesas redondas, conferências com pesquisadores e especialistas nacionais e internacionais debatendo temas na área da educação bilíngue de surdos, rodas de conversa, atividades em grupos de trabalho, apresentação de pôsteres e comunicações de divulgação científica, além do Festival de Arte Surda, da Feira de Diversidades Surdas e uma festa de comemoração ao fim da programação.
Na mesa de abertura, além de representantes da Direção-Geral, coordenadores e diretores de departamento do instituto, esteve presente também a Secretária Nacional de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp), Karine Santos. “Quando falamos de educação, não caminhamos sozinhos nem fazemos nada sozinhos”, afirmou a secretária na abertura do evento. O Diretor-Geral do INES, Paulo André Bulhões, também destacou a importância de somar esforços e unir mais, inclusive, as escolas de surdos: “É preciso que todos trabalhemos juntos por uma educação bilíngue de verdade, para enfrentar os desafios e realizar conquistas também juntos”, completou.
Entre as autoridades internacionais convidadas para o COINES, estavam o diretor do Instituto Nacional para Surdos (Insor) da Colômbia, Geovani Meléndres, e a diretora da Unidade Educativa Especializada para Surdos Miguel Moreno Espinosa, do Equador, Silvana Moreno. Os dois apresentaram como é a realidade administrativa e pedagógica em seus países, trazendo estatísticas e um histórico da educação bilíngue nesses lugares, com suas semelhanças e diferenças. No fim do primeiro dia, os visitantes foram convidados a participar de um coquetel comemorativo a caráter em homenagem aos 165 anos do INES.
O congresso também contou com palestrantes de diversos estados do Brasil, como Antonio Abreu, presidente da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), e Rodrigo Rosso, da Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos (Dipebs) do Ministério da Educação, que também já esteve à frente do Departamento de Ensino Superior do INES, entre outros. Outros convidados compartilharam experiências da atuação em suas regiões, em intercâmbios linguísticos e em grandes eventos como a Surdolimpíadas. As tardes dos dois primeiros dias foram reservadas para o debate de diferentes temas relativos ao bilinguismo, propostas e ações pedagógicas e as políticas públicas para surdos no Brasil, que aconteceu simultaneamente em seis salas temáticas.
No último dia da programação, além das conferências e debates com pesquisadores e especialistas, houve uma apresentação dos trabalhos realizados pelos Centros de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS) das cinco regiões do país. Em seguida, os auditórios exibiram uma peça teatral com alunos do Colégio de Aplicação (CAp-INES) sobre as origens e a história do instituto, e um depoimento de um ex-aluno de 96 anos, pai da professora Elaine Bulhões, que contou memórias de quando estudou no INES na década de 1940. O público ainda pôde conferir a premiação de 14 pôsteres acadêmicos, exibidos durante o evento a fim de incentivar a produção científica, e cujos autores serão convidados a publicá-los na Revista Arqueiro.
Festa sensorial
A festa de encerramento reuniu congressistas, palestrantes, organizadores e estudantes do INES numa experiência com diversos estímulos sensoriais. Os convidados puderam fazer e ver vídeos em 360 graus, pôr os pés em superfícies com texturas diferentes para brincar com o tato, degustar drinks não alcoólicos com ingredientes que aguçam o paladar e sentir o cheiro de essências, incensos e temperos. “A ideia foi baseada na festa Sencity, um evento multissensorial voltado para a comunidade surda a fim de explorar outros sentidos que não a audição”, explicou o integrante da comissão organizadora Jean Fuglino, da Coordenação de Projetos Educacionais e Tecnológicos do INES.
Além de conferir o show da dupla DueLibras, que canta e interpreta músicas famosas em Língua Brasileira de Sinais, o público também assistiu à apresentação de um grupo musical formado por alunos do INES, que aprenderam a tocar instrumentos de percussão com professores inspirados no projeto Surdodum. Tudo isso em cima de uma plataforma que capta a frequência dos instrumentos e reproduz as ondas sonoras em forma de vibrações, permitindo que os surdos sintam a música. A iluminação especial também ajudou a aumentar a percepção sensorial durante a festa.
Congressinho
Dois dias antes da realização do COINES 2022, o instituto promoveu uma versão infantojuvenil do evento – o Congressinho, voltado exclusivamente para alunos do Colégio de Aplicação (CAp-INES). Entre os dias 7 e 8 de novembro, as crianças aproveitaram a visita ao espaço onde seria realizado o COINES para participar de atividades lúdicas, apresentações e interação com bonecos, além de poderem se divertir em brinquedos como cama elástica e tobogã, entre outros. O destaque para os adolescentes foi a oficina de percussão.