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Alunos e professores do INES vão à 24ª edição das Surdolimpíadas, em Caxias do Sul
Um grupo de 11 alunos e três professores do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) irá às Surdolimpíadas deste ano, em Caxias do Sul (RS), na próxima semana. Competição multidesportiva internacional mais antiga depois dos Jogos Olímpicos, as Surdolimpíadas de Verão (Summer Deaflympics em inglês) acontecem a cada quatro anos. Organizada pelo Comitê Internacional de Esportes para Surdos, a edição atual seria realizada em 2021, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19. O evento tem início neste domingo, dia 1º, com a cerimônia de abertura, e vai até 15 de maio. Os estudantes e servidores do INES que acompanharão as olimpíadas viajam dia 4 e retornam no dia 14.
Em 98 anos de jogos, é a primeira vez que um país da América Latina sedia a Surdolimpíada. Caxias do Sul, a cidade-sede, receberá a chama olímpica no sábado, 30 de abril. A primeira edição da competição, realizada em 1924 em Paris, foi também o primeiro evento esportivo para pessoas com condições físicas específicas. "Atletas surdos não disputam as Paralimpíadas por não terem limitações motoras. Por isso, eles constituem um movimento à parte e organizam as próprias olimpíadas", explica André Luiz da Costa e Silva, professor de Educação Física do INES que viajará para o evento.
É devido a tamanha relevância e à facilidade da proximidade inédita desta edição que a Direção-Geral do INES resolveu levar um grupo para assistir aos jogos ao vivo. A ideia é realizar um trabalho pedagógico com os alunos e não apenas mostrar a prática dos esportes, mas também possibilitar a experiência de troca de conhecimento e socialização com atletas e estudantes surdos de todo o mundo. "É uma competição importantíssima para a comunidade esportiva surda. Pela dimensão do evento, achamos indispensável oferecer essa oportunidade para esses jovens de terem contato com surdos de outros estados e países", afirma André.
Entre os tópicos que serão abordados durante a viagem, estão a comunicação em diferentes línguas de sinais e como se dá a inserção do surdo no mercado de trabalho em outros países. O objetivo é fazer os estudantes pesquisarem e entrevistarem outros surdos, para depois mostrarem o resultado na forma de filmes, rodas de conversa e seminários no instituto: "Eles vão ser representantes da escola com a responsabilidade de multiplicar o conhecimento adquirido para os demais que não puderam estar presentes lá", completa André. No grupo, estão duas alunas do curso de graduação em Pedagogia do INES e uma do período noturno do Ensino Médio, que coordenarão as tarefas dos estudantes mais jovens do Colégio de Aplicação (CAp/INES).
Mais sobre a Surdolimpíada
As Surdolimpíadas contarão com a participação de mais de 5 mil atletas vindos de 77 países nesta 24ª edição. Em sua sétima participação no torneio, o Brasil terá sua maior delegação, com quase 200 atletas que disputarão 17 modalidades no masculino e 14 modalidades no feminino: Futebol, Vôlei, Handebol, Basquete, Atletismo, Badminton, Natação, Ciclismo, Mountain Bike, Tiro Esportivo, Orientação, Tênis de Mesa, Judô e Karatê, além de Tênis, Vôlei de Praia e Taekwondo. Ao longo dos anos, o Brasil já conquistou 10 medalhas na competição. Para acompanhar o evento e saber mais informações, acesse: https://www.deaflympics2021.com