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Saiba quem foi Anísio Teixeira e conheça seu legado
No auge do debate sobre a universalização da escola pública, laica, gratuita e obrigatória, na década de 1930, Anísio Teixeira foi destacado como um dos signatários do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Ele defendia uma educação construtivista, que pensava os alunos como agentes transformadores da sociedade. O intelectual também expressava, em suas ideias, uma preocupação constante com a educação livre de privilégios. “Sou contra a educação como processo exclusivo de formação de uma elite, mantendo a grande maioria da população em estado de analfabetismo e ignorância”, afirmava o autor.
Teixeira também se demonstrava inconformado com a alta taxa de analfabetismo vivida pelo Brasil durante o período em que atuou como educador. “Revolta-me saber que, dos 5 milhões que estão na escola, apenas 450 mil conseguem chegar à 4ª série [antigo 5º ano do ensino fundamental], todos os demais ficando frustrados mentalmente e incapacitados para se integrarem em uma civilização industrial e alcançarem um padrão de vida de simples decência humana”, ponderava.
Mesmo com o passar do tempo e com as transformações sociais, os pensamentos do jurista e escritor sobreviveram. Uma de suas maiores contribuições está no entendimento da necessidade de se democratizar o acesso ao ensino.
Entre o seu legado, quando o Rio de Janeiro ainda era a capital do país, Anísio Teixeira criou a Universidade do Distrito Federal, em 1935; durante sua passagem pela Secretaria de Educação da Bahia, em 1950, fundou a Escola Parque (Centro Educacional Carneiro Ribeiro), nos bairros da Liberdade, Caixa D'água, Pero Vaz e Pau Miúdo, em Salvador. A instituição de ensino é considerada pioneira no país por trazer, em sua gênese, a proposta revolucionária de educação profissionalizante e integral, voltada para as populações mais carentes. Também foi um dos idealizadores do projeto de fundação da Universidade de Brasília (UnB), inaugurada em 1961, da qual veio a ser reitor em 1963.
Durante a sua trajetória, Anísio Teixeira foi chamado para assumir o Inep após a morte prematura de Murilo Braga em acidente aéreo. Teixeira deixou a então Campanha de Aperfeiçoamento de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação (MEC). Na posse, sintetizou a ideia que guiaria a trajetória do Inep: “fundar, em bases científicas, a reconstrução educacional do Brasil”. Foi um dos dirigentes que passou mais tempo à frente do instituto (de junho de 1952 a abril de 1964). Após o início do Regime Militar, em 1964, foi para os Estados Unidos, e lecionou nas universidades de Colúmbia e da Califórnia. De volta ao Brasil, em 1966, tornou-se consultor da Fundação Getúlio Vargas.
Anísio Teixeira morreu em 1971, no Rio de Janeiro.
Em homenagem ao ex-diretor, que teve uma vida devotada à educação, o Senado aprovou, no início dos anos 90, a inclusão do seu nome no Inep, que passou a ser designado Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
Inep – O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira é uma autarquia federal vinculada ao MEC. Sua missão é subsidiar a formulação de políticas educacionais dos diferentes níveis de governo, com intuito de contribuir para o desenvolvimento econômico e social do país. Com esse objetivo, o Inep atua nas seguintes áreas: avaliações, exames e indicadores da educação básica e superior.
Prêmio Anísio Teixeira – A cada cinco anos, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), também vinculada ao MEC, concede o Prêmio Anísio Teixeira a personalidades brasileiras que contribuíram de modo relevante para o desenvolvimento da pesquisa e a formação de recursos humanos no Brasil. O prêmio é considerado uma das mais importantes condecorações na área da educação no país.