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Viveiro de mudas transforma a vida de agricultores capixabas
Jailson Borges comercializa anualmente cerca de 160 mil mudas no viveiro instalado em lote dos pais. Foto: Incra/ES.
Uma família do assentamento Rosa de Saron, em Águia Branca (região Noroeste do Espírito Santo), se destaca pela diversificação de atividades no lote. Produção de leite, cultivo de pimenta-do-reino, feijão, hortaliças, entre outras. Mas o viveiro de mudas de café e cacau sobressai. Garante a reposição de exemplares aos agricultores das imediações, além do fornecimento regular a produtores de cidades vizinhas.
O agricultor Derli João Borges e a esposa Ana dos Reis Borges veem na união familiar a fórmula para o sucesso da produtividade no lote. Dos oito filhos do casal, seis participam de alguma atividade agrícola na parcela onde vivem no assentamento (casos do café e da pimenta-do-reino). E quatro deles possuem casa própria construída no local.
O filho do casal responsável pelo viveiro de mudas é Jailson Borges. Técnico agrícola, por anos trabalhou como assalariado em viveiros da região. Com a experiência adquirida iniciou, há uma década, o próprio negócio. À época, comercializava de 40 a 50 mil plantas por semestre (ciclo do cultivo). Atualmente, são aproximadamente 160 mil mudas por ano, com renda bruta de quase R$ 120 mil.
Preparo do substrato, enchimento das sacolinhas que receberão as estacas (mudas), umidificação das embalagens, clonagem (inserção das mudas nas sacolinhas), seleção, aclimatação (exposição ao sol). Até as mudas passarem por essas etapas e estarem prontas para plantio no local definitivo são seis meses.
“Rejeitei serviço por conta da atividade com o viveiro e do cultivo do café no lote de meus pais”, diz, ao completar que prefere trabalhar no seu “cantinho”. Em relação ao café, plantou três mil pés e estima que na primeira colheita, em 2022, a produção atinja algo em torno de 80 sacas do produto pilado – o que, no preço atual, corresponderia a quase R$ 40 mil.
A terceira geração segue o caminho trilhado pelos mais velhos. Neto do casal Borges, o jovem Lucas iniciou recentemente a produção de mudas de cacau em um pequeno espaço da parcela da família. Ele espera, em breve, alcançar o mesmo estágio do tio Jailson.
Diversidade
Baseando-se na diversidade, outra atividade à qual o casal se dedica é a leiteira. Atualmente seis vacas adultas estão em lactação, entre 17 animais. Ainda assim, a produção diária de 50 litros resulta em uma renda média mensal de R$ 700 na entrega a um laticínio da região.
Em virtude do grande número de integrantes da família, no lote também é cultivado feijão, verduras e hortaliças para a subsistência. Além disso, a venda de quiabo o ano inteiro e o fornecimento de aipim a churrascarias e restaurantes do município fortalecem a renda do casal. A criação de ovelhas (18 cabeças) e de alguns porcos supre o consumo de proteína e complementa os ganhos da família na comercialização do excedente. Os últimos animais vendidos (uma ovelha e um porco) geraram R$ 500 e mais de R$ 3,1 mil.
Com 78 anos e plena disposição, ao refletir se valeu o esforço da família na exploração do lote nesses anos o senhor Derli não hesita: “Valeu muito, pela vida que tive e a condição de criar os filhos, aqui estou no paraíso”.
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