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Regularização
Território quilombola Buracão (GO) é reconhecido pelo Incra
Marcando o mês da Consciência Negra, o território quilombola Buracão, localizado no município de Mineiros, região sudoeste de Goiás, teve suas terras declaradas pelo Incra. A portaria de reconhecimento foi publicada no Diário Oficial da União em 20 de novembro (segunda-feira).
O Buracão ocupa 2 mil hectares e abriga, aproximadamente, 200 pessoas. Todas as famílias remanescentes de quilombos vivem da agricultura e da pecuária. “Estou radiante! Meu telefone não para de tocar”, exclamou a representante da comunidade, Waldozir Araújo Sobrinho, ao saber da publicação da portaria de reconhecimento do território. “Nós começamos essa luta em 2002. Vale a pena manter a esperança e o trabalho pela causa”, lembrou.
Para a moradora Jorja Eliana da Silva, nascida no local, o reconhecimento representa uma evolução. “Esperamos tanto por esse momento! A meu ver, é só o início de grandes conquistas”, ressaltou. Ela conta que sem a documentação e sem o reconhecimento, a comunidade tinha dificuldade para acessar políticas públicas e desenvolver atividades. “Agora, podemos lutar juntos para retornar para nossas terras: o sonho de todo quilombola”, lembrou.
Segundo o superintendente do Incra em Goiás, Elias D’Angelo Borges, o trabalho de reconhecimento de territórios quilombolas vai muito além da regularização fundiária. “Esta ação representa reparação e resgate históricos. Além de proteger o legado destes povos para a cultura brasileira e promover inclusão e justiça racial”, destacou.
Regularização quilombola
Atualmente no estado, sob a jurisdição do Incra em Goiás, existem 25 comunidades quilombolas em processo de reconhecimento. Tomás Cardoso, localizado entre Barro Alto (GO) e Santa Rita do Novo Destino (GO), na região central, foi o primeiro território reconhecido pelo Incra, em setembro de 2015.
Com 1,9 mil hectares, lá vivem 41 famílias que trabalham na agricultura, na pecuária e na criação de porcos e galinhas. Diferente das áreas de assentamento da reforma agrária, o título dos territórios quilombolas é coletivo, passado em nome da associação de moradores representante da comunidade.