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Safra de pinhão nos assentamentos catarinenses deve superar 2020
Safra do pinhão deve ser cerca de 50% superior ao ano passado. Foto: Divulgação
A chegada do outono em Santa Catarina inaugura a safra de pinhão, o fruto da araucária que é ingrediente de pratos típicos do sul do Brasil. Nos assentamentos da reforma agrária na região da Mata de Araucárias, a coleta teve início com perspectiva de aumento na produção em relação a 2020.
“Está melhor do que no ano passado parece, com as pinhas mais graúdas, vai dar mais ou menos mil quilos no meu lote, de abril até junho”, conta Rogelio Menegasso de Godoy, agricultor do assentamento Nova Esperança, em Matos Costa, no Planalto Norte catarinense.
Com a liberação legal para colheita e venda em 1º de abril, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) confirmou a previsão de incremento na produção, que deve ser cerca de 50% superior ao ano passado devido a fatores climáticos e da alternância natural na produtividade dos pinheiros.
Para a família Godoy, é a oportunidade de gerar renda com a produção, que é enviada ao Ceasa do estado e para o Paraná. “Eu vendo a R$ 5,00 ou R$ 6,00 o quilo, o que me dá um bom retorno”, garante Rogelio. E o que faz bem ao bolso também agrada o olhar. O agricultor elogia a beleza dos pinheiros que imperam no terreno “dobrado” (terreno com declive) do lote, característica que fez com que as árvores fossem conservadas em benefício da natureza, mas também do sustento da família.
Sustentabilidade
“Encontrar meios para que as áreas mais íngremes sejam também fonte de renda para a propriedade é muito desafiador, pois, além das restrições legais de uso, são poucas espécies que se adaptam às condições impostas pela declividade”. explica Jussara D’Ambrosio Ferreira, engenheira agrônoma do Incra e mestre em Perícias Criminais Ambientais pela Universidade Federal de Santa Catarina. Segundo a agrônoma, por esse motivo, a exploração madeireira foi muito utilizada na região, o que fez com que a araucária - tão abundante que deu nome a toda uma formação florestal – entrasse em risco de extinção.
Hoje, a extração do pinhão é uma atividade que promove a conservação das áreas já florestadas e contribui para o plantio de novas árvores. “A coleta de pinhões dessa espécie nativa, que é perfeitamente adaptada às condições de clima e solo do planalto catarinense, é sem dúvida uma excelente alternativa”, conclui Jussara.
Nesse ciclo sustentável, beneficia-se até quem está na cidade e aprecia uma paçoca de pinhão e um entrevero, que é um prato a base de carnes que utiliza o pinhão na receita.
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