Quilombolas alcançam concessão de área em Sergipe

Um evento realizado na última sexta-feira (16) marcou oficialmente a concessão da área da chamada Ilha da Criminosa, em Brejo Grande, a pouco mais de 100 quilômetros da capital, Aracajú, à comunidade quilombola de Brejão dos Negros.

A área, transferida ao Incra pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU), foi objeto de um termo de concessão de direito real de uso e poderá ser explorada para atividades destinadas à geração de renda para as famílias do quilombo. “Essa é uma ilha onde nossos pais tiravam seu sustento. Ela é parte de uma história de convivência e resistência e tem uma importância muito grande para a gente”, analisou Enéias Rosa dos Santos, presidente de uma das associações de moradores do quilombo Brejão dos Negros.

Com uma extensão de 19,7 hectares, a ilha, banhada pelo rio São Francisco, abriga um amplo manguezal e é considerada estratégica para a preservação da comunidade. “Ela (a ilha) está servindo como uma barreira para a nossa comunidade, com esse avanço do mar. A gente precisa cuidar dela, do manguezal que está nascendo, para preservar a nossa comunidade e trabalhar o turismo rural, a pesca artesanal, a geração de renda”, explicou Santos.

Brejão dos Negros

Composta por 172 famílias, a comunidade de Brejão dos Negros foi reconhecida pela Fundação Cultural Palmares em 2006.

Em 2013, o Incra publicou o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) do território do quilombo, que aguarda a assinatura de um decreto presidencial.

Desde então, além da Ilha da Criminosa, outras duas áreas já foram incorporadas ao território, para usufruto das famílias quilombolas. Ao todo, cerca de 20% do perímetro estabelecido pelo estudo já estão oficialmente sob domínio do quilombo.

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