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Pronera abriu quase 5 mil vagas no Rio Grande do Sul em duas décadas e meia
Pastoreio possibilita atuação de Daniela (à direita) do assentamento às aulas do Pronera e da Aefasul - Foto: Acervo Daniela Moreira
Instituído pela Portaria nº 10/1998, do então Ministério Extraordinário de Políticas Fundiárias (MEPF), o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) completou 25 anos em 16 de abril.
Ao longo de sua trajetória, a iniciativa oportunizou acesso à educação a 191.234 estudantes, em 531 cursos distribuídos em todos os estados brasileiros. O foco são as populações do campo, da floresta e das águas, como assentados da reforma agrária, quilombolas, ribeirinhos e beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF).
No Estado do Rio Grande do Sul, o Pronera abriu 4.995 matrículas em 54 edições dos cursos, que vão da educação de jovens e adultos (EJA) à pós-graduação. O maior percentual de turmas ficou no ensino médio (28), seguido pelo ensino superior, com 18 edições. No entanto, o EJA proporcionou mais matrículas: 2.432.
O curso Técnico em Cooperativismo promovido em parceria com o Instituto de Pesquisa e Educação do Campo (IPE-Campo), localizado em Viamão, é o mais longevo em funcionamento. Formou 424 profissionais em 12 edições pelo programa.
Atualmente, estão matriculados 27 educandos de nível médio na formação de Técnico em Cooperativismo. O Pronera contempla, ainda, 264 estudantes de nível superior nos bacharelados em Agronomia, Medicina Veterinária e Tecnologia em Agropecuária, além da licenciatura em História.
Planos
Daniela Aparecida Moreira é uma das egressas, cuja trajetória de vida foi modificada pelo Pronera. Filha de assentados e moradora desde os quatro anos de idade no assentamento Conquista da Liberdade, em Piratini, ela vislumbrava o futuro pautado exclusivamente pela agricultura. Os planos começaram a mudar em 2011, quando ingressou na primeira turma de Medicina Veterinária implantada pelo Incra e Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Desde então, a agricultora realizou monitoria, estágios, pesquisas, concluiu residência acadêmica, especialização e mestrado.
Hoje, Daniela é doutoranda e colabora em dois laboratórios da universidade pelotense, com aulas na Associação Comunitária Escola Família Agrícola (Aefasul), de Canguçu. Dentre os compromissos profissionais, contribui com novas turmas de Medicina Veterinária pelo Pronera, apresentando práticas e fundamentos teóricos do Pastoreio Racional Voisin (PRV), do qual é entusiasta.
PRV, bem-estar animal e viés agroecológico também são a tônica de seu trabalho no lote, onde cria gado de corte. “Muitos vizinhos ficam curiosos e vou disseminando as técnicas com a ajuda de meus pais”, comenta. As tarefas são conciliadas com a maternidade da filha de quatro anos.
Satisfeita com as conquistas até aqui, a ex-aluna pretende ser professora universitária, sem abandonar a rotina do campo. A menina que tinha perspectiva de atuar na agricultura - entretanto sem reflexão -, incorporou saberes diversos e ciência ao cotidiano produtivo. “É pouco provável que eu conseguiria me manter trabalhando e estudando se não fosse o Pronera. A universidade era muito distante das condições da minha família. Hoje, me esforço para estimular as gerações posteriores a se desenvolverem e levarem conhecimento aos outros”.
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