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Reencontro
Matéria publicada pelo Incra proporciona reencontro de irmãos após 35 anos
Montagem: Manoel e a esposa Maria Edith (superior à esquerda), Ruth (inferior à esquerda) e Vera Lúcia e o marido Lindomar (à direita).
Foram 35 anos sem nenhum tipo de contato. Até que uma matéria publicada no site do Incra, em outubro de 2020, mudou a história dos irmãos Vera Lúcia Augusto Bastos Lima, 59 anos, e Manoel Augusto de Bastos, 60 anos.
O texto sobre a produção de melões da família de Vera Lúcia, assentada no município goiano de Mundo Novo, chamou a atenção de Ruth Gracielly Alves Fonseca. Talvez aquela agricultora fosse a irmã procurada pelo tio há mais de três décadas. Resolveu tentar descobrir.
No final de fevereiro deste ano, chegou à Assessoria de Comunicação do Incra em Goiás um e-mail com mensagem diferente daquelas enviadas normalmente ao setor. Era de Ruth, pedindo o contato da assentada citada na matéria.
O filho de Vera Lúcia, Mikael, foi avisado. Depois disso, a confirmação. E uma chamada de vídeo feita por meio de um aplicativo de celular permitiu aos irmãos se reverem, depois de tanto tempo.
“Demorou para cair a ficha”, diz ele, ao acrescentar que ficou “bobo”, sem reação. Segundo Manoel, uma das principais preocupações na vida, até então, era achar a irmã. “Eu chorava muito vendo o povo na televisão encontrar a família”, lembra. No caso de Vera Lúcia, não foi diferente. “Nossa! Eu senti alegria e alívio em saber que está vivo”, relata.
Ela perdeu contato com Manoel na década de 1980. Moravam na agrovila do Cuca, em Tucumã (PA), mas ele decidiu se mudar para o atual município de Cumaru do Norte, também no Pará. Ambas eram movimentadas regiões de garimpo. Atualmente, a distância por estrada entre as localidades é de 357 quilômetros.
Manoel deixou um número de telefone, mas acabou sendo perdido. Também teve todos os documentos queimados num incêndio após a mudança. Quando conseguiu novo registro, anos mais tarde, o nome original foi alterado. Surgia outra dificuldade para localizá-lo. Em 1986, já casado, deixou o Pará.
Tecnologia
Ruth, sobrinha de Manoel, há dois anos procurava Vera Lúcia em sites de busca e em redes sociais, mas nada de resultado. “Cheguei a enviar mensagem para todas as ‘Veras Lúcias’ do Facebook que encontrei”, recorda. Conforme diz, via o desejo do tio de achar a irmã, mas, percebia os problemas, por ele não saber ler nem escrever bem. “A distância e a dificuldade de comunicação haviam separado os dois”, avalia.
Recentemente, Ruth e o marido precisaram ficar em casa devido à pandemia do coronavírus. Voltou às buscas com mais frequência. Foi quando apareceu a matéria do Incra. “Eu li e vi que o nome completo era semelhante, então mandei mensagem para vocês e graças a Deus me responderam”, afirma, feliz.
Agora, Manoel vive em Ceilândia, no Distrito Federal, e planeja ir até Mundo Novo: “Nem que eu tenha que tomar banho de álcool, quero vê-la e dar um abraço enquanto estou vivo”.