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Maracujá desponta como alternativa produtiva no assentamento Viamão (RS)
O esforço para diversificar as fontes de renda e oferecer novas opções aos consumidores levou ao cultivo do maracujá os agricultores do assentamento Viamão/Filhos de Sepé, localizado em Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre (RS). A iniciativa faz parte do projeto de redesenho das atividades produtivas agroecológicas da Cooperativa dos Produtores Orgânicos da Reforma Agrária de Viamão (Cooperav). Treze famílias pioneiras já começaram a vender os frutos e processar o excedente em agroindústria financiada pelo Incra.
Segundo a coordenadora da cooperativa, Camila dos Santos, a proposta foi colocada em prática em setembro de 2018 com aproximadamente 200 mudas por lote. O grupo forneceu as plantas, que serão pagas com produção, e garantiu assistência técnica por dois anos. “Até agora o maior trabalho foi conhecer a espécie para ver como funciona”, relata a assistente social.
A safra 2020, ainda experimental, é considerada animadora pela perspectiva de atingir cinco mil quilos até o início de maio. Parte da produção vai para feiras, cooperativa de consumidores e cestas comercializadas individualmente pelos agricultores. Os valores variam entre R$ 5 e R$ 7 por quilo. “Descobrimos que a região não tinha outro produtor em grande escala para atender a demanda”, revela Santos.
Os frutos menores, pouco valorizados, vão para uma unidade de processamento de vegetais inaugurada em 2014 com o apoio do programa Terra Sol, executado pelo Incra. Lá, viram polpa congelada para abastecer o mercado ao longo do ano. A coordenadora do projeto também anuncia estudar a destinação das cascas para compostagem ou biodigestão.
Aprendizado promissor
No lote do assentado Alberto José Mazetti, os 300 maracujazeiros plantados no final de 2019 são motivo de estudo e expectativa. Com experiência em arroz orgânico e hortas, o agricultor está aprendendo a manejar a nova cultura.
“Pesquisei na internet, conversei com um técnico amigo, observo e busco conhecimento”, conta Mazotti, atestando que a vitalidade das plantas afasta insetos. “Eles não atacam mudas sadias, por isso invisto muito na fertilidade do solo com caldas. Para mim, produção orgânica não se negocia”, defende.
Conforme o agricultor, a primeira safra gerou lucro semelhante ao da horta. No entanto, o espaço entre os pés de maracujá está sendo preparado para cultivo consorciado a outras variedades comerciais, o que pode dobrar o retorno financeiro da área.
Diversidade
Um dos gestores da Cooperav, Huli Zang, explica que a implantação da cultura de maracujá está alinhada à ideia de estruturar novas fontes de renda no assentamento Viamão/Filhos de Sepé, aproveitando sua localização próxima a grandes centros urbanos.
A área é vizinha de uma unidade de conservação ambiental e só pode ser explorada para agricultura orgânica por decisão judicial. Esta característica levou os assentados a desenvolverem, principalmente, arroz orgânico na parte alagável, que ocupa 1,4 mil dos 9,5 mil hectares do assentamento. Para melhorar a rentabilidade das famílias, há aproximadamente três anos a Cooperav fomenta a diversificação produtiva via fruticultura nos terrenos de solo seco.
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