Jovens se formam em curso técnico pelo Pronera no Rio Grande do Sul

Mais uma turma do curso Técnico em Cooperativismo, realizado por meio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), foi concluído no Rio Grande do Sul. A formatura dos 26 educandos ocorreu em 1º de julho (sábado) em cerimônia realizada no Instituto de Educação Josué de Castro, no assentamento Viamão/Filhos de Sepé, no município de Viamão (RS).

O curso de nível médio é o mais antigo do Pronera em funcionamento no estado, chegando a sua 12ª edição. É resultado de parceria entre o Incra e o Instituto de Pesquisa e Educação do Campo (Ipe-Campo).

Os recém-formados têm entre 17 e 18 anos e são oriundos de áreas de reforma agrária gaúchas e dos estados de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Pará. Além do conteúdo dos componentes curriculares básicos, eles também receberam formação técnica para administração e gestão de cooperativas.

As aulas iniciaram em 2019, inaugurando as novas dependências da escola do assentamento situado na região metropolitana de Porto Alegre. “Foi uma sensação maravilhosa estar em um território organizado pelas famílias assentadas, possibilitando vivências com a comunidade”, descreve a nova técnica, Mirela da Rosa Marcon.

Filha de assentados no município vizinho de Nova Santa Rita (RS), ela destaca a oportunidade de colocar a teoria em prática por meio do contato entre os estudantes e os agricultores – especialmente no âmbito da Agroecologia (o assentamento Viamão é conhecido pela produção de alimentos livres de agroquímicos).

A construção coletiva do aprendizado, a partir das trocas no ambiente escolar e nas comunidades onde vivem, é outra lição apontada por Mirela. A jovem pretende compartilhar, em sua área de reforma agrária, os conhecimentos adquiridos no curso, tais como: administração em cooperativa, elaboração de projetos, técnicas para agroindústria e ferramentas de gestão.

“O Pronera é uma grande conquista do povo sem-terra, pois possibilita aos jovens camponeses poderem estudar e contribuir em seus territórios, para os mesmos se desenvolverem e terem acesso ao ensino superior”, afirma Mirela. Ela planeja seguir os estudos em prol da reforma agrária.