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Festa da colheita do café capixaba mostra a força da reforma agrária
Representantes do MDA, do Incra e de outras instituições celebraram, junto aos assentados, a comercialização do grão. Fotos: Incra/ES
O assentamento Vale da Vitória, localizado no município de São Mateus (região Norte do Espírito Santo), foi cenário da 1ª Festa da Colheita do Café da Reforma Agrária Capixaba, promovida em 22 de julho (sábado) pela Cooperativa de Beneficiamento, Comercialização e Prestação de Serviços dos Agricultores Assentados (Coopterra).
São, aproximadamente, 240 associados comercializando café, pimenta e geleias. A aquisição do maquinário utilizado resultou em melhoria nas atividades de produção, facilitando a execução das tarefas, reduzindo custos e otimizando os ganhos auferidos pelos cooperados ao longo do ano.
No caso do café, terminado o beneficiamento dos grãos, a produção é encaminhada a uma indústria nacional, com sede na região, para realizar a torrefação, moagem e embalagem do produto com a marca da cooperativa (Terra de Sabores).
Em 2023, o grupo vendeu o café a diversas instituições, como as Forças Armadas (5 mil quilos) e a prefeitura de Salvador (8 mil quilos até o final do ano). Apenas um associado já entregou, neste ano, cerca de cinco toneladas do produto para beneficiamento.
A festa da colheita contou com atrações culturais e temáticas, como palestra sobre a cadeia produtiva do café no contexto da reforma agrária, além de espaços destinados à comercialização dos produtos e degustação da bebida.
Compareceram ao evento o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; o presidente do Incra, César Aldrighi; a superintendente regional da autarquia no Espírito Santo, Penha Lopes; parlamentares; lideranças locais e representantes de instituições.
Na ocasião, a comitiva do ministro percorreu o lote do casal de agricultores, Marilene e Ailton Nunes, para conhecer o trabalho desenvolvido pela família dedicada ao cultivo de café e pimenta – desde a preparação das mudas na estufa, o plantio, a colheita da safra e o beneficiamento dos grãos pela cooperativa.
Mais tarde, reuniram-se com lideranças locais para acolher as principais reivindicações das famílias assentadas no Espírito Santo, sendo apresentada uma pauta de demandas da reforma agrária a Paulo Teixeira.
Importância
O ministro ressaltou os esforços do governo federal para otimizar as ações destinadas aos beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) e da agricultura familiar, no sentido de melhorar a vida do povo brasileiro.
Ele citou a retomada do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), cujo foco está na ampliação da participação dos itens produzidos por agricultores familiares nas compras institucionais, com estimativa de pelo menos 30% dos recursos investidos serem destinados ao setor.
“Essa experiência de agroindústria bem-sucedida demonstra duas coisas: a primeira, que a reforma agrária dá certo ao país e é necessária pois há muita terra ainda não sendo utilizada; a segunda, que o sistema cooperativado de processamento desses produtos demonstra a força das famílias assentadas e o seu empreendedorismo na busca por uma transformação social”, afirmou Teixeira.
Para o presidente do Incra, Cesar Aldrighi, a presença no evento foi um marco relevante. “Nós vimos aqui uma agroindústria que processa o café, deixa ele pronto para comercializar pelo PAA, e ainda processa pimenta, sendo um grande trabalho dos assentados do Espírito Santo. Acima de tudo, nós vimos aqui pessoas querendo fazer da reforma agrária um espaço muito grande na produção de alimentos. É uma experiência positiva do estado para levarmos para o resto do Brasil, de que esta política pública é possível, dá certo e desenvolve o país”, destacou.
Já a superintendente regional do Incra no Espírito Santo, Penha Lopes, reforçou a importância de ver o crescimento dos assentamentos e o reflexo disso para o avanço da geração de emprego e renda local e a melhoria da qualidade de vida das famílias beneficiárias. “Hoje celebramos a produção de alimento saudável. Para isso, estamos consolidando uma nova forma do Incra atuar e se relacionar com os movimentos sociais e os assentados”, considerou.