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Comercialização
Feira estimula produção de assentados em Santa Margarida do Sul (RS)
Para Kesia (de blusa listrada), o espaço abriu novas perspectivas de escoamento dos produtos na cidade. Foto: Incra/RS
Os trabalhadores rurais do assentamento Novo Horizonte II, em Margarida do Sul (RS), têm contado com um importante meio de escoamento da sua produção. A Feira da Agricultura Familiar do município gaúcho de 3 mil habitantes, situado a 300 quilômetros da capital Porto Alegre, desponta como uma alternativa de aquisição de renda para as famílias assentadas.
Com seis meses de funcionamento, o ponto de comercialização foi implantado em parceria entre a prefeitura e a Emater-RS/Ascar, ao qual os expositores dos assentamentos agregaram equipamentos disponibilizados pelo Incra/RS em kits para implantação de feiras, como caixas de transporte e balança.
O espaço funciona às sextas-feiras no centro da cidade com três bancas fixas, mas também admite participantes quinzenais. A assentada Kesia Alves Pereira vende frutas e hortaliças todas as semanas e o material entregue pelo Incra facilita o seu trabalho.
“Os mais vendidos são verduras como alface e couve, junto com o arroz orgânico. No início ninguém conhecia a feira, mas agora já estão se acostumando. O pessoal dos arredores e funcionários da prefeitura passam aqui na frente, veem o movimento e voltam para comprar”, diz a agricultora.Para dar conta da demanda, Kesia recolhe itens dos vizinhos, também como forma de apoio. “É difícil ter carro no assentamento. Por isso, levo os produtos de quem pede e na volta entrego o dinheiro. Eu já iria mesmo e sei sobre não ter condução para carregar os produtos 9 quilômetros até a cidade”, afirma.
Por enquanto, a rede de fornecimento para a feira integra cinco produtores assentados de maneira espontânea no modelo “cada um manda o que tem em casa”. Com os resultados animadores, os agricultores começam a programar novos passos: Kesia e o marido, Marciano, estão preparando o lote para implantar agrofloresta e consolidar o pomar no intuito de diversificar a oferta.
Além disso, assentadas estão organizando a operacionalização de uma agroindústria viabilizada pelo Incra na área de reforma agrária. “Vamos conseguir ter produtos processados, picados e embalados”, planeja a feirante assídua.
As novidades mudaram o ânimo da agricultora e de seus vizinhos, cuja produção agrícola principal era composta por grãos. O excedente da horta costumava ser vendido nos arredores, alimentava as criações de animais ou era descartado. No entender de Késia, a feira abriu um canal de escoamento e de diálogo com a comunidade. “Estamos assentados há 12 anos e tem quem ainda se espante com tudo o que é produzido no assentamento”, conta.
Por acontecer no centro do perímetro urbano, o evento funciona como estratégia de divulgação. “É uma cidade pequena, com pouco mercado. Por causa da banca, também comecei a entregar no restaurante e em algumas casas. Faz diferença na nossa renda”, revela a produtora rural.
Oportunidade
O casal Lidia e Valdir Lambrecht está entre os assentados participantes da feira em regime quinzenal com verduras e frutas da estação. “Nosso principal produto é o moranguinho. Chegamos a colher 50 quilos por semana”, relata a horticultora.
Na família deles, a Feira da Agricultura Familiar também serve para fechar outros negócios. “A gente aceita encomendas e entrega em São Gabriel (município vizinho). As pessoas estão preferindo receber em casa”, diz. Para ela, a via de comercialização confere mais ânimo aos agricultores. “Traz incentivo para o trabalho da gente”, avalia.
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