Feira de produtos de assentados e quilombolas na Bahia comemora 53 anos do Incra

Frutas, verduras, hortaliças, doces, cocadas, chocolates e artesanato foram comercializados por assentados e quilombolas, em barracas espalhadas pelo estacionamento da regional do Incra, em Salvador (BA), dia 7 de julho.

A quilombola Juvanete Viana Oliveira levou vestidos com estampas de orixás, feitas por ela e seu filho. Na oportunidade, ela lembrou as dificuldades durante a infância, quando tinha que andar léguas até o rio e retornar com caldeirões de água na cabeça. Da mesma maneira, levava lenhas para abastecer o fogão e para sua mãe cozinhar as refeições.

“Tudo começou a mudar quando o Programa Brasil Quilombola foi criado. As políticas públicas foram chegando para nós, como também o Incra” acrescenta. Mesmo reconhecendo a relevância das políticas públicas alcançadas, Juvanete frisa que aguarda novas ações no Território Quilombola de Kaonge, que fica no município de Cachoeira, de onde ela é originária.

A assentada Alzira Jesus, que vive na área de reforma agrária Bela Vista, localizado no município de Santo Amaro, frisou que a feira é um incentivo importante do Incra. “Gostaria que a feira acontecesse sempre. Até tenho planos para fazer novos produtos para serem comercializados aqui”, ressaltou Alzira, que levou cocada de cacau, além de frutas e verduras.

A profissional da área administrativa, Euridice Costa, que visitou a feira, destacou que é uma ótima oportunidade para ter acesso a produtos de origem da agricultura familiar. “São itens mais saudáveis, que amadurecem no tempo certo”, finalizou.

Comemoração

A feira fez parte da celebração dos 53 anos do instituto, completados no domingo (9). A iniciativa e outros eventos foram realizados pela regional baiana e a Associação dos Servidores do Incra na Bahia (Assincra).

O superintendente regional, Carlos Borges, destacou a relevância da autarquia para a redistribuição de terras de forma justa e a produção de alimentos saudáveis. Ele também se recordou dos dois anos em que o instituto foi extinto, entre 1987 e 1989.

“A nossa história é marcada por momentos difíceis. Apesar das dificuldades já enfrentadas no passado, estamos de portas abertas para receber os beneficiários de nossas políticas públicas”, frisou.

Assessoria de Comunicação Social do Incra na Bahia
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