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Personagens da Reforma Agrária
Família em assentamento do Espírito Santo investe na qualidade do café
Ariane e Bruno buscam produzir café de qualidade em seu lote no município de Guaçuí. Foto: Incra/ES
Ariane Carla Moura Gomes de Paula, 35 anos, e Bruno Sebastião de Paula, 41 anos, creditam os bons resultados alcançados em lote do assentamento São Felipe, criado em 2006 no município de Guaçuí, na região Sul do Espírito Santo, à força de trabalho e à união familiar. Em 2009, ao chegarem no assentamento já tinham em mente um projeto muito claro para pôr em prática na parcela: fazer o melhor café possível.
Pensando nisso, superaram muitos obstáculos até serem finalmente regularizados como beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA), em 2013. “Minha esposa ajudou a arrancar comigo todo o mato que formou por aqui”, ressalta Bruno sobre as condições que enfrentaram para deixar o lote habitável e preparado ao plantio. Além disso, o agricultor passou algum tempo prestando serviços em sítios da região a fim de obter recursos financeiros para bancar o plantio inicial de sua roça.
Em 2010, foram cultivadas 2,7 mil mudas de café, nos anos de 2011 e 2012 foram plantadas mais mil mudas e, entre 2013 e 2014, outras 5,5 mil mudas. Atualmente são cerca de 11,2 mil pés de café no lote da família. Em 2014 o casal conseguiu uma boa produção de café. Foram colhidas cerca de 280 sacas do produto beneficiado (pilado), comercialização que rendeu à época aproximadamente R$ 50,4 mil. Essa receita propiciou a construção de um terreiro de alvenaria em 2015, no valor de R$ 4 mil, e de estufas, em 2016, no valor de R$ 15 mil – utilizadas no processo de secagem do produto.
A estufa proporciona uma secagem de melhor qualidade ao café, diferente da secagem a céu aberto, que é um processo mais instável, que requer maior proteção contra intempéries. O resultado é um produto de melhor qualidade e de maior valor de mercado.
Futuro
Hoje morando em uma casa confortável e com automóvel próprio, o casal faz planos para futuro. A ideia é renovar as lavouras de café, com investimento de R$ 30 mil a R$ 40 mil, e instalar um lavador/secador no sítio da família, no valor de cerca de R$ 20 mil. Em 2022, as 70 sacas do produto pilado renderam R$ 63 mil. Feijão e milho também são cultivados para o consumo da família e alimentar os animais criados no lote.
“Não tem como não gostar de nosso lote. A gente está na roça, tem a possibilidade de consumir verduras sem agrotóxicos ou um feijão novinho e isso não tem preço. Nós aproveitamos cada pedacinho de terra e valorizamos isso”, declara Ariane. Bruno também tem orgulho da terra. “Se for te contar eu não sei dizer tudo de bom que isso representa. Agradecemos o Incra também, pois é por intermédio disso aqui que a gente pode dar um futuro melhor para a Valentina (filha do casal)”, comenta.
Segundo o superintendente regional do Incra/ES, Fabrício Fardin, “apostar em planejamento e gestão do lote, a fim de instituir novos processos na produção como um todo, faz toda a diferença para as famílias assentadas que empreendem e, geralmente, alcançam uma melhor condição no sentido de qualidade de vida”, argumenta.
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