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Família assentada investe na produção de polpas de frutas na Paraíba
O empreendimento familiar fornece para municípios do estado e de Pernambuco. Foto: Incra/PB
Cercados por vários tipos de frutas, os irmãos Abraão e Ezequias Vieira, do assentamento Canaã, no município de Pedras de Fogo, na Região Metropolitana de João Pessoa, na Paraíba, viram na fabricação de polpas de frutas uma nova fonte de renda.
Há oito anos, Abraão vendeu uma casa na zona urbana da cidade para comprar as primeiras máquinas da Paraíba Polpa de Frutas, que atualmente produz cerca de 25 toneladas do item por mês. A produção abastece prefeituras, hospitais, mercados, cooperativas, restaurantes e lanchonetes de Pedras de Fogo e de mais 25 municípios da Paraíba e de Pernambuco.
A agroindústria foi montada a partir da estrutura de uma casa que pertencia ao pai dos irmãos, Edilson Vieira. O local foi modificado para abrigar salas de recepção, lavagem e higienização, processamento, envase e empacotamento, congelamento e escritório. Com o lucro das polpas, a família adquiriu um terreno por trás da habitação.O restante dos recursos para a implantação e o crescimento da agroindústria veio de empréstimos obtidos junto ao programa Empreender, do Governo da Paraíba, e a instituições financeiras.
Para oferecer um produto com qualidade e segurança alimentar, a família participou de cursos voltados à manipulação de alimentos, vendas e marketing oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
A Paraíba Polpa de Frutas tem registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e suas polpas têm o Selo Nacional da Agricultura Familiar (Senaf).
Aproveitamento
“A ideia das polpas surgiu porque nossa região tem bastante fruta e nós já tínhamos uma plantação de abacaxi”, contou Ezequias Vieira. Essencialmente familiar, dos 12 empregados da empresa, seis são da família. Trabalham juntos os pais, os dois irmãos e suas esposas.
Além do abacaxi plantado no lote da família, a agroindústria processa maracujá, uva, goiaba, acerola, manga, abacaxi, umbu, cajá e mangaba produzidos por outras famílias assentadas em Canaã e em outros oito assentamentos da região.
O preço do quilo de polpa varia de acordo com a fruta: R$ 8 (acerola, goiaba, manga e abacaxi), R$10 (mangaba, graviola, uva, abacaxi com hortelã), R$13 (cajá) e R$20 (maracujá), por exemplo.
São até 25 toneladas de polpas processadas por mês, mas a fábrica tem condições de dobrar a produção. “Temos uma capacidade bem maior. No momento, só conseguimos trabalhar com 50% dela, mas em breve podemos chegar a 50 toneladas mensais”, afirmou Ezequias.
Os irmãos assentados investem pensando no futuro. Sempre que adquirem equipamentos, calculam a capacidade de processamento a longo prazo, até dez anos à frente. Por isso, eles já contam com três câmaras de congelamento e maquinário de grandes proporções.
Desafio
Segundo Ezequias, o principal desafio da Paraíba Polpa de Frutas é dar uma aparência mais profissional às embalagens dos produtos. “Ainda são muito simples, por questões financeiras. Isto se torna um problema quando pensamos em vender para alguns mercados mais exigentes. Precisamos dar a elas um padrão de mercado”, explicou.
Segundo ele, a maior parte do lucro obtido com a agroindústria é reinvestido no negócio e empregado em ações para ampliar o mercado para as polpas. “Nosso sonho é fazer a nossa marca crescer cada vez mais e, assim, podermos contribuir com a alimentação dos brasileiros”, disse o assentado.