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Pronera já transformou a vida de 3.590 pessoas em Goiás
Colação de grau da primeira turma de Direito do Pronera na UFG, em 2012. Foto: Acervo/Incra
O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) completa 25 anos no mês de abril. Em Goiás, desde 2007, o Pronera formou 3.590 pessoas em diferentes níveis.
Tem gente que passou por turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), tem quem fez cursos técnicos de nível médio, quem se graduou e também quem fez pós-graduação em universidades públicas federais.
Para engenheira agrônoma Nádia Dal Molin, asseguradora do Pronera no Incra Goiás, o fundamental nestes 25 anos de existência do programa é como ele impacta na vida dos camponeses. “Educação é uma ferramenta de transformação de visão de mundo e de comportamentos, ressignificando vidas”, ressaltou.
Sonhos
“Quem diria que você seria advogada?”. É assim que familiares e conhecidos de Maria Alessandra Augusto de Souza costumam reagir quando lembram que ela formou em Direito na Universidade Federal de Goiás (UFG).
Alessandra, como é conhecida, formou-se em 2012, na primeira turma de Direito especial para assentados e agricultores familiares financiada pelo Pronera e realizado pela UFG, no campus da cidade de Goiás. Ela disse que por meio do Pronera realizou o sonho de criança de ser advogada e ajudou a tirar a família da situação de vulnerabilidade social.
“Sem o auxílio do Pronera, uma campesina não conseguiria entrar numa universidade federal e chegar ao fim do curso”, explicou. Hoje, Alessandra advoga na cidade de Goiás e região. Ela trabalha fundamentalmente na defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais e continua no campo, morando no assentamento Paraíso junto com a família.
Alessandra Farias Pereira, assentada no Oziel Alves Pereira III, em Planaltina de Goiás, criança ainda, também sonhava em ser advogada. Aos 13 anos, ela viu o pai ser preso durante uma ocupação de terra. Desde então, almejava poder defender trabalhadores rurais.
Assim como Maria Alessandra, ela formou na primeira turma de Direito do Pronera na UFG e alçou voo na advocacia defendendo causas ligadas aos direitos humanos, trabalhadores rurais, indígenas e meio ambiente.
“O Pronera abre possibilidades e dá dignidade para a mulher do campo. Se não fosse pelo Pronera, eu seria apenas mais uma mulher campesina mãe de uns quatro filhos”, observou. Alessandra contou que a sua formação em Direito garantiu melhor qualidade de vida para ela e para sua família. “Consegui criar e educar minha filha sozinha. Hoje, ela também é universitária. Eu inspiro outros familiares a continuar estudando porque eles viram que é possível”.
Atualmente, Alessandra se divide entre o trabalho como advogada em Brasília e as atividades de agricultora agroecológica em sua parcela no assentamento Oziel III.
Vidas transformadas
Júlio Cézar Rodrigues de Castro mora no assentamento Oziel Alves Pereira, em Baliza, região oeste de Goiás. Ele disse que o Pronera viabilizou “um sonho inalcançável”. “No ensino fundamental, eu achava que universidade era só para pessoas ricas. Por este motivo, sempre que a professora perguntava o que eu queria ser quando crescer, eu não tinha uma resposta”, falou.
Pelo Pronera, Júlio Cézar fez curso técnico em Agropecuária, no Instituto Federal Goiano, em Rio Verde (GO), e, atualmente, cursa o nono período de Agronomia na Universidade Federal do Triângulo Mineiro, campus Iturama. “Tudo isso foi possível porque consegui estudar sem deixar minha terra”, observou. O Pronera, por meio da Pedagogia da Alternância, possibilita aos seus educandos períodos de estudo na universidade intercalados com períodos nas comunidades de origem.
“O conhecimento é transformador e mudou minha forma de pensar sobre o meio ambiente em geral, tanto na produção quanto na preservação”, concluiu. Júlio Cézar aplica o conhecimento acadêmico na parcela da família, que funciona com um laboratório prático.
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