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Diversificação de culturas é alternativa de renda de assentados capixabas
O plantio de diversas culturas em sistema de consórcio é a opção do agricultor Alessandro Leonel. - Foto: Incra/ES
A diversificação de culturas é a alternativa de muitos agricultores familiares em áreas da reforma agrária. No Norte do Espírito Santo a situação não é diferente. Além do plantio de café e de pimenta-do-reino comum no estado, eles investem no cultivo de maracujá, miho, feijão e seringueira em consórcio com outras espécies.
Em dois assentamentos no município de Montanha, a 330 quilômetros da capital Vitória, é possível constatar a aposta na multiplicidade de culturas como fonte de renda. Opção justificada em virtude da estiagem na região durante os últimos anos com muitos danos às atividades produtivas das famílias.
No assentamento Oziel Alves, o casal Josicléia Alves Rodrigues e Valdemir Silva de Oliveira dedicaram-se ao plantio do maracujá, a partir do acesso à modalidade Fomento Mulher, no valor de R$ 5 mil, no final de 2019. Trata-se de recurso do Crédito Instalação do Incra concedido para desenvolvimento de atividades produtivas. A cultura foi escolhida para recuperar os prejuízos decorrentes da seca em 2015, na qual cerca de seis mil pés de café foram perdidos no lote.
Com o recurso, o casal comprou adubo e arame, instalou o sistema de irrigação e plantou 1,5 mil mudas, entre março e dezembro de 2020. Na primeira safra, entre outubro e dezembro do mesmo ano, obteve cerca de 15 toneladas de maracujá, com renda em torno de R$ 25 mil.
Na segunda safra já foram colhidos mais de 1,2 mil quilos do produto com resultado de R$ 1,2 mil. Segundo Josicléia, a vida ainda pode melhorar bastante: “Esse crédito ajudou muito. Tô falando que agora esperamos novo fomento para ampliar a roça da pimenta-do-reino e do maracujá”.
Outro exemplo
A família de Alessandro Leandro Leonel e Sônia de Oliveira, no assentamento Adriano Machado, apostou também na diversidade como filosofia de vida. Ele considera 2010 o começo de tudo, quando acessou o financiamento do Pronaf A. Com os R$ 20 mil, cultivou 1,2 mil pés de pimenta-do-reino. E o fomento à produção, no valor de R$ 50 mil, do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo em 2014, possibilitou o plantio de mais dois mil pés. Na safra do final de 2020, o agricultor colheu quatro toneladas do produto pilado (R$ 56 mil) e até o final deste ano espera colher quantidade semelhante.
De lá para cá, o agricultor foi aos poucos inserindo novos cultivos no lote em sistema de consórcio: café, milho-verde, feijão e banana. Os mil pés de banana plantados em agosto do ano passado devem render na primeira safra pelo menos 300 caixas do produto, com resultado de aproximadamente R$ 9 mil. Do milho-verde, colhido semanalmente, são mais R$ 1 mil acrescidos à renda familiar mensal. Já o feijão, em média 300 quilos por ano, gera mais R$ 15 mil.
Em 2021, ele reformou o plantio de café com 1,7 mil pés, com expectativa de colheita em 2023. A silagem da palha de milho, atualmente feita por terceiros, também traz renda complementar à família. Com os 500 sacos da forragem este ano faturou mais de R$ 1,2 mil e a ideia é adquirir a própria máquina e lucrar cinco vezes mais com a atividade.
Com os resultados adquiriu em 2019 um trator usado, no valor de R$ 25 mil, pago ao longo do ano passado. A aquisição facilitou bastante o trabalho do agricultor. Sobre o futuro, pela disponibilidade de silagem, Alessandro pensa em comprar umas vacas e trabalhar na produção de leite. Certo mesmo é o que ele pensa de sua situação atual: “Ah rapaz, aqui é um paraíso. Eu que gosto de mexer com a agricultura é bom demais. Não sei fazer outra coisa e aqui praticamente fazemos tudo no lote”.
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