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De alunos a professores, a trajetória de dois baianos contemplados pelo Pronera
Elicleide (esq.) é professora do assentamento Nova Suíça em turmas de educação infantil - Foto: Incra/BA
A assentada Elicleide Profeta, de 40 anos de idade, viveu o despertar do amor à terra por meio de sua experiência com o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).
Nascida e criada em Salvador (BA), Elicleide foi uma migrante da cidade para o campo, inicialmente – contra a sua vontade –, pois preferia continuar na capital. O sonho da terra pertencia a seus pais.
Aos 22 anos, desanimada quanto ao futuro, chegou ao assentamento Nova Suíça, que fica no município de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo da Bahia. Aos poucos, o sonho dos pais também passou a ser seu.
Contribuiu para isso, o fato de ter sido selecionada para cursar a graduação em Licenciatura em Letras, em 2006. Formada em 2011, desde então, ela conquistou o seu lote e diversos sorrisos infantis e adultos ao guiar os seus alunos pelo mundo do saber.
Atualmente, ela é professora do Nova Suíça, onde vive. “O Pronera foi um divisor de águas em minha vida”, destaca Elicleide. A professora se sente realizada com as suas turmas de educação infantil, com alunos dos 2 aos 5 anos, como também, em sua turma noturna da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que engloba estudantes dos 30 a 65 anos.
Jornada
A trajetória do filho de assentado, Gilmar Santos de Oliveira, 27 anos, é parecida com a de Elicleide. Mais novo de uma família de quatro irmãos, Oliveira também se tornou professor após cursar a graduação em Tecnólogo em Agroecologia pelo Pronera.
Atualmente, Oliveira ensina e é monitor de agricultura para o ensino fundamental II, na Escola Família Agrícola Padre Luís Lintner, no município de Tabocas do Brejo Velho, na região Oeste do estado.
Oliveira ressalta que o programa foi essencial para a construção de sua visão crítica, o que refletiu no processo de formação pessoal, social e profissional. “Fiz uma graduação muito importante, contextualizada para a minha realidade de pequeno agricultor”, frisa ele.
Valorizar a sua origem e como pensar o campo também fizeram parte desta jornada. Segundo conta, ele passou a enxergar as potencialidades do campo e as fraquezas e contradições da sociedade. “Me sinto um privilegiado por repassar as minhas experiências acadêmicas e também de vida em sala de aula” acrescenta o professor.
A história de vida de Oliveira começou no assentamento Baixão, que fica no município de Itaetê, na Chapada Diamantina, onde estão o seu coração e a família. Foi de lá que saiu para cursar a faculdade.
Quando não estava estudando, ele trabalhava com os pais na lavoura, cuidava de aves e do gado. Seu pai tem uma barraca na feira de Itaetê onde comercializa as suas produções agrícolas.
Universidades
A professora Elicleide Profeta foi cursar Letras num assentamento de Prado, para viver o tempo campo. Já o período em sala de aula aconteceu no campus de Teixeira de Freitas, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
Já o curso de Tecnólogo em Agroecologia de Gilmar Oliveira foi realizado em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). A turma de Oliveira concluiu o curso em 2019. A colação de grau aconteceu por videoconferência em 2020, devido à pandemia de Covid-19.
Pronera na Bahia
Na Bahia, o Programa viabilizou o Ensino Fundamental, pela Educação de Jovens e Adultos (EJA) para 20,8 mil estudantes. Já outros 938 concluíram cursos técnicos. O Ensino Superior graduou 615 trabalhadores e trabalhadoras rurais e 50 se especializaram.
Foram cursos viabilizados por meio de parcerias com universidade estaduais e federais. Além da Uneb e da UFRB, atuaram pelo Pronera na Bahia a Universidade Estadual do Sudeste da Bahia (UESB), a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA).
Assessoria de Comunicação Social do Incra na Bahia
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