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Educação do Campo
Curso de Agroecologia pelo Pronera em Alagoas tem reconhecimento do MEC
O curso de Agroecologia, promovido pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), por meio de parceria entre o Incra e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), foi reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) esta semana com conceito 4, numa escala que vai de 1 a 5. O anúncio foi feito durante a abertura da Semana Acadêmica de Agroecologia, em 3 de dezembro (terça-feira), no Centro de Ciências Agrárias (Ceca), em Rio Largo, município vizinho a Maceió.
O processo de reconhecimento teve início no ano passado e as avaliações abrangem aspectos didático-pedagógicos, corpo docente e infraestrutura. A graduação é a primeira do tipo pelo Pronera em Alagoas e no Brasil. A metodologia utilizada é a pedagogia da alternância, com atividades acadêmicas e nas próprias comunidades.
Coordenador do curso há dois anos, o professor Rafael Vasconcelos divulgou a informação e destacou o significado da nota alcançada. “Precisamos ter noção de que alcançar uma nota dessa num processo que exigiu muito trabalho e superação é uma grande conquista”, considera.
Semana acadêmica
A “Jornada da Diversidade Ecológica”, tema do evento que se estende até 6 de dezembro (sexta-feira), é uma iniciativa dos 28 graduandos e acontece no último semestre presencial da turma do Pronera.
Estão ocorrendo debates e palestras, além de apresentações de Trabalhos de Conclusão de Cursos (TCCs). Uma feirinha foi montada ao lado do auditório, para a venda de produtos agroecológicos e peças de artesanato pelos estudantes.
Na abertura do evento, o superintendente regional do Incra/AL, Júnior Rodrigues, reafirmou a parceria com a Ufal para a manutenção e ampliação do Pronera. Ele destacou a importância do curso e propôs a implantação de pós-graduação com mestrado e estágio para os próximos anos.
Rodrigues também é assentado da reforma agrária, no município de Maragogi, e lembrou das dificuldades enfrentadas por ele e um de seus filhos, estudante de Agroecologia em Barreiros (PE), no dia a dia do deslocamento para a escola, já que o assentamento é de difícil acesso. “Eu vejo vocês e fico imaginando, porque também aconteceu comigo, o quanto tiveram de dificuldades e o quanto conquistaram. Por isso, eu convido todos a sonhar com a criação de novos cursos. Um mestrado em extensão rural é possível e vamos trabalhar por isso”, afirmou.
Para o professor Vasconcelos, o curso permite que a Ufal cumpra uma função social dentro de sua missão, principalmente por atender o público da reforma agrária. “A estrutura pedagógica permite a esses assentados acessarem e permanecerem na universidade. E isso tem sido possível em razão do apoio do Incra. A universidade ganha, mas também ganham as próprias comunidades”, pontua.
Além de estudantes e representantes do Incra e da Ufal, participaram do evento de abertura membros do Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater/AL), da Articulação Alagoana de Agroecologia – Rede Mutum, e de comunidades quilombolas e áreas de reforma agrária.
Curso, feira e TCC
A assentada Débora Marcolino, uma das formandas do curso, está expondo produtos de seu assentamento e de outros agricultores na feira. Moradora há 16 anos da área de reforma agrária Amolar, no município de Flexeiras, junto com o marido e duas filhas, ela falou sobre as dificuldades em chegar até aquele momento.
Segundo a concludente, é importante fazer um curso que vai lhe proporcionar mais domínio e conhecimento científico para trabalhar. “Como profissional, isso vai me servir não apenas no lote, mas também para contribuir com as demais comunidades assentadas da região”, avalia.
Intitulado “Projeto de Turismo Rural Agroecológico no Assentamento Amolar”, o tema do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Débora foi escolhido para fazer uma relação com a sua vivência. “O trabalho trata da criação de oportunidades para se explorar os recursos naturais com sustentabilidade, sem impactos ambientais, e também das experiências que ajudam na vida econômica e cultural dos assentados”, explicou.
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