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Assentados gaúchos fazem 18ª Abertura da Colheita do Arroz Agroecológico
Na terça-feira (30), assentados do Rio Grande do Sul comemoraram a Abertura da Colheita do Arroz Agroecológico, que este ano chega à 18ª edição. O encontro, virtual, reuniu apoiadores da iniciativa e apresentou a expectativa para a safra 2020/21. As 389 famílias produtoras esperam colher 248 mil sacas de 50 quilos, alcançando 12,4 mil toneladas do alimento. A qualidade orgânica é garantida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O evento foi organizado pelo Grupo Gestor do Arroz Agroecológico, formado por agricultores e técnicos vinculados à produção. Segundo explicaram, o plantio atual abrange 2.740 hectares de 12 assentamentos em onze municípios das regiões Metropolitana, Sul, Centro Sul e Fronteira Oeste.
Os apresentadores da atividade destacaram que a produção de arroz agroecológico nas áreas de reforma agrária gaúchas iniciou há duas décadas e atualmente alcança a maior área na América Latina dedicada à cultura. Oito entidades associativas organizam os produtores coordenadas pela Cooperativa Central dos Assentamentos do Rio Grande do Sul (Coceargs).
Segundo Marildo Mulinari, do Grupo Gestor do Arroz Agroecológico, entre os desafios atuais está a melhoria da armazenagem e escoamento da produção. A ampliação do sistema de estocagem é buscada por meio de financiamentos. Em relação às vendas, são priorizados mecanismos institucionais como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), além de mercados tradicionais como feiras e supermercados, além da exportação. Na última safra, os assentados venderam cerca de 30 mil sacos para países europeus, Estados Unidos, Venezuela e China.
A agricultora Carmen Vedovatto revelou a emoção ao assistir à 18ª edição da Abertura da Colheita do Arroz Agroecológico. “É um orgulho porque entendo que a produção ecológica é necessária. Ela preserva a saúde e a vida”, disse a fã número ‘um’ do trabalho do filho Lucas, há oito anos dedicado à orizicultura orgânica como principal fonte de renda da família no assentamento Madre Terra, em São Gabriel.
Inovação produtiva
Parte das imagens divulgadas no lançamento da colheita foi gravada em um campo experimental localizado no assentamento Capela, em Nova Santa Rita (região metropolitana de Porto Alegre). Junto com outras duas lavouras em assentamentos de São Jerônimo e Viamão, a área integra uma pesquisa desenvolvida pelo Grupo Gestor do Arroz Agroecológico em parceria com o Instituto Riograndense do Arroz (Irga). A aproximação entre as duas entidades iniciou em 2019 com o objetivo de oferecer orientações para aprimorar as técnicas produtivas dos agricultores.
Cada terreno de aproximadamente um hectare foi dividido em cinco sistemas. O mais simples adotou o manejo consolidado para orizicultura orgânica. Os demais acrescentaram variações, até a adição de cobertura do solo na entressafra incrementada por calcário e adubação orgânica.
Os resultados estão em fase de sistematização, mas os primeiros dados subsidiaram o Boletim Técnico do Manejo de Arroz Agroecológico lançado durante o evento de abertura da colheita. As informações também foram compartilhadas em dias de campo e capacitações virtuais.
Conforme o técnico orizícola do Irga Edivane Portela, a produtividade média no início dos levantamentos ficava em torno de 3,5 mil quilos por hectare. Depois de um ano de trabalho, algumas lavouras migraram para os tratamentos propostos pela pesquisa, em especial a adubação orgânica e a correção de macronutrientes. “Verificamos um aumento na produtividade para 4,5 mil a 5 mil sacos por hectare”, contabiliza. A perspectiva é chegar a sete mil quilos na mesma área.
Imagem atualizada
Os assentados aproveitaram o momento e apresentaram a nova identidade visual e o site da Cooperativa Terra Livre, dedicada à comercialização. A entidade é sediada em Nova Santa Rita e agrega aproximadamente 500 famílias, entre assentados e agricultores familiares de 30 municípios gaúchos, conforme dados publicados no portal.
A diversidade produtiva da rede chega aos consumidores pelo comércio tradicional como mercados e feiras, programas institucionais de compras e contratos de exportação. Desde o início da pandemia, ingressou no universo das vendas digitais por meio do site, com garantia de entregas no entorno porto-alegrense. Além do arroz agroecológico, disponibiliza laticínios, farinhas, sucos, geleias, entre outros itens agroindustrializados.
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