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Histórias da Reforma Agrária
Consolidação de assentamentos se reflete em aumento da renda de famílias
Paulo Cézar e Leíta de Fátima cultivam café, milho, feijão, mandioca e outras culturas. Foto: Incra/ES
O desenvolvimento dos assentamentos da reforma agrária a partir dos investimentos federais destinados ao fomento da produção e obras de infraestrutura se refletem no aumento da produção e o consequente aumento de renda das famílias. Dois exemplos dessa equação são os assentamentos Floresta, no município de Alegre (ES), a 200 quilômetros de Vitória, e Palestrina, em Mimoso do Sul (ES), a 180 quilômetros da capital, ambos localizados na região Sul do Espírito Santo.
Antônio de Assis Benevenuto (64 anos) e Rozeny de Paula Benevenuto (60 anos) escolheram seguir o caminho da produção de café e o plantio de culturas temporárias para garantir o sustento da família. Eles são beneficiários originais no assentamento Floresta, criado no ano de 1996 e que abriga 77 famílias em uma área de 680 hectares.
Embora a cultura do café predomine, o lote do casal tem de tudo um pouco. Roça de milho, feijão, mandioca, banana-d’água e hortaliças variadas, para o consumo próprio e comercialização do excedente. Dos 6,5 mil pés de café plantados no sítio, cerca de mil são da variedade arábica. É nessa plantação que está a principal fonte de renda da família. Em 2022, o casal colheu 70 sacas de café. Somente as dez sacas da variedade arábica resultaram num montante de cerca de R$ 10 mil.
Parte do sucesso na condução do lote está associada aos créditos disponibilizados pelo Incra em suas diversas modalidades. No tempo em que está no assentamento o casal acessou o Programa de Crédito Especial para a Reforma Agrária (Procera Custeio) em 1998, no valor que na época chegava R$ 419, e o referente à Reabilitação de Crédito Produção, em 2004, na ordem de R$ 458,70. Nesse espaço de tempo, foram também contemplados com os créditos Instalação Apoio Inicial, em 1997, no valor de R$ 1.080,00, Aquisição de Material de Construção, também em 1997, no valor de R$ 2 mil, e Recuperação de Material de Construção, em 2006 e em 2007, no valor de R$ 5 mil.
As benfeitorias na área de infraestrutura no assentamento também contribuem com o dia a dia das famílias. Recursos federais ajudaram a comunidade a perfurar um poço artesiano. O poço concluído em 2019 ao custo de R$ 60 mil foi repassado, via convênio com a prefeitura, ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e assegurou o abastecimento dos agricultores.
Palestrina
Outra história de realização em assentamentos da reforma agrária é protagonizada pelos agricultores Paulo Cézar da Silva (58) e Leíta de Fátima Couto da Silva (51). O casal também tem no plantio de café sua principal renda. Além disso, ambos apostam na lavoura branca (cultivos que precisam ser plantados todos os anos) e pomar como forma de diversificar a exploração econômica do lote . O assentamento Palestrina foi criado em 2006 tem 668 hectares e 50 famílias beneficiárias.
Instalados desde o início no local, eles cultivam 3,5 mil pés de café. Em 2021, a safra do grão atingiu 46 sacas piladas (processadas), o que rendeu R$ 23 mil. Na colheita de 2022, com quantidade semelhante, 25 sacas do produto beneficiado foram vendidas pelo valor de R$ 17,5 mil. As 21 sacas restantes estão armazenadas em depósito particular de Mimoso do Sul para venda futura.
Segundo Paulo Cézar, o pomar (laranja, jaca, goiaba, mexerica) e a lavoura plantada em sistema de consórcio (feijão, mandioca, milho etc.), servem ao consumo da família e dos animais, bem como à comercialização de excedentes. Leíta diz que o plano deles é aumentar a área de café em um local preparado. “Vamos plantar mais três mil novas mudas”, afirma. A casa da família foi construída no lote com recursos disponibilizados pelo Incra na modalidade Aquisição de Material de Construção, acessados em três parcelas entre 2006 e 2009, em valores que na época eram de R$ 10 mil.
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