Comunidade quilombola no interior sergipano tem áreas incorporadas

Os Títulos de Reconhecimento de Domínio Coletivo das fazendas Calembe, Serraria e Sítio Amparo foram entregues pelo Incra às famílias do Quilombo Lagoa dos Campinhos, em Amparo do São Francisco, no interior sergipano. O ato ocorreu em evento realizado na última sexta-feira (23), com a presença de boa parte das famílias que vivem no local.

Elas comemoraram a obtenção dos documentos, que oficializaram a integração dos imóveis ao território quilombola. “São 20 anos de luta, cheios de dificuldades, e agora a gente não tem só a posse da terra, a gente tem o título também, hoje nos pertence, hoje é nosso”, comentou Ana Carla Santos Roberto, membro do colegiado que gere a associação de moradores de Lagoa dos Campinhos.

Com um total de 29 hectares, os três imóveis somam-se a outros dois entregues anteriormente pelo Incra, assegurando a propriedade de 35% da área estabelecida para o território às famílias do quilombo.

Lagoa dos Campinhos
Localizado às margens do rio São Francisco, o Quilombo Lagoa dos Campinhos foi reconhecido pela Fundação Cultural Palmares em 2004.

O local, onde vivem 108 famílias, teve seu Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) publicado pelo Incra em 2005.

Dois anos depois, o perímetro do território foi objeto de um decreto presidencial que estabeleceu a área como de interesse social para a consolidação do quilombo.

Desde então, o Incra vem atuando para concluir o processo de obtenção, titulação e entrega às famílias dos imóveis inseridos em seu território.

Outros imóveis
Além dos três imóveis em Lagoa dos Campinhos, o Incra oficializou, na última semana, a entrega do Título de Domínio da Fazenda Angélica I, à comunidade de Serra da Guia, em Poço Redondo, no Sertão Sergipano.

Ao todo, foram investidos pela autarquia R$ 346 mil na aquisição dos quatro imóveis.

Brejão dos Negros
Também em setembro, o Incra concretizou a concessão da chamada Ilha da Criminosa à comunidade de Brejão dos Negros, em Brejo Grande, no interior do estado.

Com área de 19,7 hectares, a ilha, banhada pelo rio São Francisco, será utilizada pelas famílias quilombolas em atividades de turismo comunitário.

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