Compromisso com desenvolvimento sustentável da Amazônia é reforçado no Fórum Mundial da Alimentação

Em participação, na terça-feira (15), durante evento integrante da 4ª edição do Fórum Mundial da Alimentação (FMA), o presidente do Incra, César Aldrighi, reafirmou o compromisso da autarquia com o desenvolvimento sustentável na região Amazônica. Além disso, ressaltou a disposição em apoiar os esforços de investimento e cooperação entre os países abrangidos pela maior reserva de biodiversidade do mundo.

Realizado na sede da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), na capital italiana, Roma, o Fórum Mundial da Alimentação adotou o tema “Boa comida para todos para hoje e amanhã". Além de instituições governamentais, fazem parte da instância setores da sociedade de várias esferas, de 28 países, a exemplo de grupos de jovens, empresas, instituições acadêmicas e organizações sem fins lucrativos. 

Entre os presentes, o economista-chefe da FAO, Maximo Torero, o representante regional da FAO para a América Latina e Caribe, Mario Lubetkin, e a diretora-executiva na Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Vanessa Grazziotin. 

“Reforçamos a importância de que esta discussão possa ser parte das ações de investimento, reconhecendo as diferentes ferramentas de políticas públicas que existem e podem ser aprimoradas para alcançar os objetivos propostos”, disse Aldrighi. 

A exposição dele ocorreu em momento dedicado a dar voz a representantes de países no painel sobre Bioeconomia na Amazônia. A sessão integra o Fórum de Investimentos da Iniciativa Hand-in-Hand. 

A Hand-in-Hand é uma ação da FAO dedicada a incentivar a transformação da agricultura, o desenvolvimento rural sustentável, além da geração de renda e da redução das vulnerabilidades da população rural. 

Nesse sentido, conforme lembrou, a temática de terras é fundamental nos debates sobre desenvolvimento sustentável na região amazônica. “Não é possível avançar numa agenda de inclusão social, econômica e valorização dos conhecimentos locais sem que exista reforma agrária, gestão fundiária e governança territorial, que garantam o direito à terra e a segurança jurídica da posse”, afirmou Aldrighi. 

“Durante o ano de 2023 foi possível retomar e reforçar a participação do Incra nos espaços regionais e globais, e essa retomada veio acompanhada de um projeto de cooperação Sul-Sul Trilateral com a FAO”, completou. 

Ele também indicou a inovação como um dos temas centrais da agenda de desenvolvimento. “E deve estar conectada com as necessidades e prioridades dos povos da Amazônia, à disposição da população.” 

Aliança Global 

Maior floresta tropical do mundo, a Amazônia abrange nove países: Brasil, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Fica no Brasil a maior parte de sua extensão, ou 60% dos 6,7 milhões de quilômetros quadrados. 

Segundo revelou o presidente do Incra, cerca de 67 milhões de hectares da Amazônia brasileira estão sob gestão da autarquia. Os assentamentos são ocupados por 440 mil famílias, representando 45% da população rural da região. Ou seja, em torno de 50% da agricultura familiar é da Amazônia brasileira. 

“Há, ainda, aproximadamente, 30 milhões de hectares ainda não destinados”, diz Aldrighi. Essas áreas serão direcionadas a mais agricultores familiares, seja em assentamentos, seja na regularização individual de famílias, além dos territórios quilombolas. 

Outras vertentes do Fórum Mundial da Alimentação são dedicadas à promoção da inclusão de jovens nas discussões, aos campos da ciência, inovação e cultura.  

Os debates vêm ao encontro da proposta de Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro de 2023, quando o Brasil assumiu a presidência rotativa do G20 - o grupo formado pelas maiores economias mundiais, congregando 19 países, a União Europeia e a União Africana. 

O encontro, iniciado na terça-feira (15), segue até esta quinta-feira, 17 de outubro.

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