Coletivo de assentadas cearense realiza feira para reformar associação

O coletivo de mulheres do assentamento Menino Jesus, localizado no município de Cascavel, realizou na tarde do último sábado (25), a segunda edição da “Feira Mulheres em Ação”, na sede do próprio assentamento, distante 64 quilômetros da capital Fortaleza.

Durante a feira foram vendidos alimentos variados como creme de galinha, mungunzá, bolos, mel, doces, todos preparados pelas mulheres. Além disso foi realizado bingo beneficente, com a premiação de uma cesta básica, com produtos arrecadados pelas próprias mulheres.

Toda renda obtida na feira vai para o coletivo das “Mulheres em Ação” e a feira é realizada sempre no último sábado do mês.

Mulheres em Ação
De acordo com Raimunda Santiago Silva, uma das representantes do coletivo Mulheres em Ação, o grupo conta com a participação de 24 mulheres. Dona Munda, como é conhecida, explica que o coletivo foi criado a partir da iniciativa de uma assentada já falecida, Valdira Coelho, que afirmava que as mulheres agricultoras precisavam entrar em ação para conseguir melhorias e o reconhecimento por suas lutas.

“Em 2023 foi criado o coletivo de mulheres. Depois a Valdira adoeceu e faleceu. Ficamos paradas por um tempo e em março deste ano retomamos as atividades do grupo para realizarmos os nossos sonhos”, relembrou.

O objetivo da feira é angariar recursos para reforma do imóvel que será a futura sede do grupo e para a construção de um canteiro coletivo onde as mulheres possam plantar hortaliças e plantas medicinais para ajudar na renda familiar. O imóvel onde irá funcionar a sede do Coletivo Mulheres em Ação foi cedido pela associação do assentamento, após realização de assembleia e registro em ata. “Conseguimos o imóvel para ser a nossa sede. Agora precisamos reformar” disse, dona Munda.

Quintal
Ela também explica que o desejo do grupo em construir um canteiro coletivo é para que as assentadas possam plantar coentro, cheiro-verde, cebolinha, pimentão, pimentinha e em outra parte cultivar plantas medicinais, como a hortelã, boldo e malvarisco.

“Queremos um quintal produtivo com estas hortaliças que estão sempre presentes na nossa alimentação e as assentadas precisam se deslocar para comprar fora do assentamento. A princípio será para nosso consumo e depois para venda”, ressaltou.

O assentamento Menino Jesus, em Cascavel, tem 232 famílias beneficiárias da reforma agrária e as famílias assentadas também se dedicam à cajucultura, comercializando a castanha in natura dentro do próprio assentamento.


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