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Centro de Memória preservará história da ocupação do Oeste catarinense
Uma parceria entre o Incra em Santa Catarina e a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) permitirá a destinação do acervo fundiário da unidade da autarquia em Chapecó (SC) para a criação de um Centro de Memória histórico-territorial no campus da instituição de ensino no município. O Acordo de Cooperação Técnica (ACT) foi publicado em 16 de fevereiro (sexta-feira), no Diário Oficial da União.
Com o repasse dos documentos, todo o acervo histórico e geográfico do Incra na região – abrangendo 82 municípios – ficará sob a guarda da universidade e disponível para consulta e pesquisas acadêmicas. A ideia é promover o resgate da história da formação e do desenvolvimento territorial do Oeste catarinense, especialmente com relação ao acesso à terra.
“O acervo cartográfico e documental a ser compartilhado possui inestimável valor histórico e geográfico, com informações que não estão disponíveis em nenhuma outra fonte”, destaca a chefe da unidade do Incra em Chapecó, Elizete Alexandre.
Nos processos constam informações minuciosas, produzidas desde o início dos anos de 1970, acerca dos programas de colonização e de ocupação das terras rurais na região, bem como mapas detalhando os parcelamentos das terras em glebas, linhas e lotes desde a década de 1950.
Pesquisa e políticas públicas
Segundo o professor Emerson Neves da Silva, à frente do projeto na UFFS, o acervo ficará sob a responsabilidade do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Agrários e Urbanos e Sociais (NIPEAS); Laboratório de Estudos Territoriais e Ambientais (LAETA) e do Núcleo de Estudos Território Ambiente e Paisagem (NETAP). A primeira etapa será a limpeza e separação do material pelos educadores para depois permitir o acesso dos pesquisadores e, futuramente, de toda a comunidade interessada.
"Além de potencializar pesquisas relativas à história agrária, geografia e sociologia rural, o material irá compor o acervo do Centro de Memória histórico-territorial da Fronteira Sul, que está em fase de elaboração. Esse espaço terá a finalidade de tratar do patrimônio cultural e material relacionado aos movimentos e conflitos sociais no território”, explica o historiador.
Por meio da cooperação, as instituições não só investem no fortalecimento do conhecimento técnico-científico para a melhor compreensão do rural brasileiro, mas fornecem subsídios para pesquisas que poderão vir a fundamentar políticas públicas fundiárias.