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Beneficiários da reforma agrária de Pernambuco e Bahia se formam em História
A formatura contou com a participação de alunos e familiares, asseguradores e gestores do Incra - Foto: Incra/PE
O Incra mudou a realidade de 12 beneficiários da Reforma Agrária em Pernambuco e Bahia por meio da qualificação, com o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). Em parceria com a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), concluiu mais uma turma de graduação, desta vez em História.
O objetivo do curso, realizado na Univasf, é o de assegurar a formação de estudantes críticos e reflexivos, que ao final da graduação sejam capazes de compreender a trajetória e as transformações históricas e sociais nas quais estão imersos, tornando-se, desta maneira, protagonistas nas transformações para o desenvolvimento de suas realidades regionais.
A cerimônia de formatura - que aconteceu na noite do dia 7 de novembro de 2023, no espaço Multieventos da Univasf, em Petrolina (PE) -, contou com a participação de alunos e familiares, asseguradores e gestores do Incra. Os agora graduados - filhos e filhas de assentados em Pernambuco e na Bahia -, cursaram a graduação na modalidade Pedagogia da Alternância, que consiste em buscar a interação entre o estudante no ambiente acadêmico e junto à realidade vivenciado em seu cotidiano, de forma a promover constante troca de conhecimentos entre sua vida e trabalho e o ambiente escolar.
Após a graduação, os bacharéis poderão atuar como professores e historiadores, desenvolvendo atividades de pesquisa, em instituições culturais, arquivos, patrimônio histórico e museus. Nestes locais, serão produtores de conhecimento histórico, nas diferentes atividades que realizarem.
Em virtude do contexto excepcional e de gravidade em relação à saúde pública durante a pandemia do coronavírus, o curso sofreu um atraso e, também, uma alteração na modalidade de ensino, migrando do regime presencial, utilizando o método da Pedagogia da Alternância, para o remoto, com o uso de meios digitais convencionais, seguindo as orientações sanitárias vigentes no país à época.
A coordenadora pedagógica do curso, professora doutora Emmanuela de Almeida Lins, ressaltou a dedicação e o nível dos alunos frente a algumas críticas ainda existentes sobre o público assentado na academia. “Acredito que esse tipo de critica externa exista devido ao desconhecimento de como são feitas as etapas de formação profissional dos estudantes do Pronera, as rigorosas etapas de avaliação que as instituições públicas de ensino passam periodicamente e, no caso específico do público beneficiado pelo Programa, do preconceito contra os agricultores familiares e as políticas públicas de justiça social. O ideal seria que nossa população conhecesse mais sobre sua história e que o mundo rural não se restringe ao agronegócio ou a uma visão caricata do Jeca Tatu”, afirmou.
A estudante Eliza Brito fala da importância do curso. “A graduação significa um sonho realizado. Ela foi e é o início de um novo início, porque estou fazendo uma especialização e me preparando para o mestrado e doutorado". Ela também destaca o retorno positivo para as comunidades, além do mercado de trabalho. "Cursar a nossa graduação pelo Pronera é desafiador, pois entendemos que com essa política pública afirmativa para nós, que fomos empobrecidos pelo sistema, temos a oportunidade de acessar espaços que nos foram negados e até mesmo por isso devemos trazer o retorno a nossas comunidades”, reflete.
De acordo com o gestor da Unidade Avançada Especial (UAE) Sertão, em Petrolina (PE), Edilson Barbosa de Lima, a formatura vai além de uma graduação. “Ela tem uma simbologia por todas as dificuldades que enfrentou ao longo desses anos. Na ocasião, fortalecemos o diálogo com a Univasf para novas turmas do Pronera, inclusive um de Medicina. O nosso objetivo é que essas novas turmas possam gerar oportunidade para o nosso público se qualificar e levar a tecnologia e o conhecimento acadêmico para dentro dessas comunidades”, explica.
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