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Barragens em áreas de reforma agrária começam a ser monitoradas em Goiás
Representantes do Incra em Goiás, da Defesa Civil e da Prefeitura de Crixás (GO) vistoriaram a barragem do Córrego Quebra-Coronha, no assentamento Chico Mendes, localizado no município do Norte Goiano. Com a ação, na quarta-feira (21), a regional da autarquia iniciou os trabalhos de monitoramento de reservatórios em áreas de reforma agrária do estado.
A barragem do Córrego Quebra-Coronha comporta 530 mil metros cúbicos de água. A estrutura, construída há 15 anos pelos antigos proprietários do imóvel onde hoje fica o assentamento, tem histórico de rompimento.
Os técnicos procuraram sinais de vulnerabilidades depois que moradores relataram casos de transbordamento no período chuvoso e a formação de erosão. A inspeção constatou um assoreamento severo. A capacidade de represamento foi reduzida a 1/3 do volume original.
Segundo o engenheiro agrônomo do Incra/GO Henrique Lauar, o assoreamento é a principal causa dos transbordamentos na época de chuvas. Ele lidera a comissão técnica criada pelo Incra em Goiás para tratar da situação de barragens em assentamentos goianos que necessitam de atenção.
Medidas
Além do assoreamento no reservatório do Córrego Quebra-Coronha, foi identificada uma erosão que já destruiu o vertedouro e pode causar danos ambientais nos lotes após a barragem.
Para evitar o agravamento da situação, a equipe de técnicos indicou medidas corretivas e preventivas, como a construção de novo vertedouro em lugar com solo mais apropriado que o atual. É preciso, ainda, fazer obras emergenciais e monitoramentos durante os próximos dois anos.
Serão construídas curvas de nível e 40 bacias de contenção da enxurrada em diversos lotes do assentamento. Também está prevista a recuperação da vegetação em pontos considerados críticos. As intervenções vão ocorrer em uma área de 509 hectares da microbacia do Córrego Quebra-Coronha.
As obras estão estimadas em R$ 200 mil. A associação de moradores propôs ao Incra a venda de dois currais do assentamento para custeá-las. A autarquia vai analisar a opção.
Já a Defesa Civil planeja oferecer treinamento às famílias dos 11 lotes que ficam após a barragem, a fim de saírem rapidamente do local em caso de rompimento do reservatório.
Para o superintendente regional do Incra em Goiás, Alexandre Rasmussen, a vistoria conjunta reforça a necessidade da atuação coordenada com outros órgãos. "O Incra vai encaminhar à Defesa Civil e à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável o levantamento feito em barragens nos demais assentamentos no Estado de Goiás, para que sejam devidamente monitoradas pelo poder público", completa.
Além de integrantes do Incra, da Defesa Civil e autoridades ambientais do município de Crixás, participaram da inspeção representantes da associação de moradores do assentamento.
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